Recentemente, o Índice de Progresso Social (IPS) classificou Uiramutã, município localizado no extremo norte de Roraima, como a pior cidade do Brasil para se viver. Com uma pontuação de 37,63 em uma escala de 0 a 100, o relatório expõe as dificuldades enfrentadas pelos cerca de 13.751 habitantes, que convivem com infraestrutura precária, falta de acesso a serviços básicos e vulnerabilidade econômica.
Embora seja cercada por belezas naturais, como cachoeiras e campos abertos, a cidade enfrenta enormes desafios estruturais que comprometem o desenvolvimento e a qualidade de vida de seus moradores.
Os principais desafios enfrentados por Uiramutã
Apesar de sua localização estratégica e potencial turístico, Uiramutã lida com uma série de problemas críticos. Entre os principais estão:
infraestrutura inadequada
- Falta de saneamento básico: Apenas uma pequena parcela da população tem acesso à coleta de esgoto e água tratada.
- Iluminação pública deficiente: Muitas áreas do município permanecem sem luz, o que impacta a segurança e a mobilidade.
- Transporte precário: As estradas são mal conservadas, dificultando o deslocamento dentro e fora da cidade.
saúde limitada
- Ausência de hospitais equipados: A cidade depende de postos de saúde básicos, que não atendem à demanda da população.
- Escassez de profissionais de saúde: O número de médicos e enfermeiros é insuficiente para cobrir as necessidades locais.
educação com poucas oportunidades
- Escolas com infraestrutura precária: Muitas instituições de ensino carecem de materiais básicos e estrutura adequada.
- Índice elevado de evasão escolar: A falta de perspectivas para os jovens leva muitos a abandonarem os estudos.
habitação vulnerável
- Moradias inadequadas: A maioria das casas são construções simples, sem condições mínimas de segurança e conforto.
Como melhorar a qualidade de vida em Uiramutã?
Especialistas sugerem algumas medidas para transformar a realidade do município:
- Investimentos em infraestrutura:
- Construção de sistemas de saneamento básico e iluminação pública.
- Manutenção das estradas e criação de transporte público eficiente.
- Ampliação de serviços de saúde:
- Construção de hospitais e clínicas bem equipados.
- Programas de atração de médicos e enfermeiros para a região.
- Fortalecimento do sistema educacional:
- Reformas estruturais em escolas e capacitação de professores.
- Criação de projetos que incentivem os jovens a permanecerem na escola.
- Desenvolvimento econômico:
- Aproveitar o potencial turístico da região para gerar empregos.
- Incentivar pequenos empreendedores e projetos comunitários.
Um retrato das desigualdades regionais
O caso de Uiramutã reflete as disparidades regionais no Brasil, onde cidades do Norte enfrentam dificuldades básicas, enquanto o Sudeste lidera os rankings de qualidade de vida. Reduzir essas desigualdades exige um esforço conjunto entre os governos federal, estadual e municipal, com foco em políticas públicas inclusivas e investimento em áreas vulneráveis.