Foto: Taisa Moura/TVSC.
Na noite de quinta-feira, 12, um ousado ataque ao complexo penal de Eunápolis, localizado a cerca de 650 quilômetros ao sul de Salvador, resultou na fuga de 16 detentos. O incidente, que envolveu o uso de armamento pesado, como fuzis, foi liderado por um grupo armado e representa um desafio significativo para as forças de segurança da Bahia.
De acordo com a Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização da Bahia (Seap), os criminosos conseguiram acessar o perímetro do presídio e abrir duas celas, facilitando a fuga dos internos. Esta situação levantou preocupações sobre a segurança no sistema prisional, especialmente em complexos operados sob cogestão entre o governo estadual e empresas privadas.
Estratégia de cogestão em presídios
Atualmente, o complexo penal de Eunápolis funciona sob um modelo de cogestão onde a empresa Reviver assume certas responsabilidades em conjunto com o estado. Enquanto o governo é responsável pela segurança e execução penal, a empresa privada se encarrega de fornecer assistências diversas, como material, social, jurídica e de saúde aos internos.
Odair Nascimento, presidente da Reviver, confirmou que, durante o ataque, cerca de 40 funcionários estavam presentes. Estes colaboradores são treinados para lidar com crises, embora o poder de resposta tenha sido limitado devido ao aparato balístico utilizado pelos atacantes. Nascimento destacou o reforço na segurança do complexo com a alocação de mais policiais.
Como foi coordenada a fuga dos presos?
A fuga foi orquestrada com uma precisão notável, utilizando um verdadeiro aparato de guerra. Os atacantes usaram armamento pesado para criar um caminho, demonstrando uma organização cuidadosa e violenta, inédita na história prisional da Bahia. Apesar de não haver feridos, o evento gerou um grande alarme na sociedade devido ao perigo potencial que representa.
Essa fuga revela falhas na segurança e no modelo de cogestão. Embora o regime de cogestão vise criar um ambiente mais humano e estruturado para os detentos, é evidente que desafios significativos ainda precisam ser solucionados para garantir a segurança tanto dos internos quanto do público externo.
Repercussões e medidas adotadas pelas autoridades
Em resposta, a Secretaria da Segurança Pública da Bahia intensificou a busca pelos fugitivos e iniciou uma investigação abrangente sobre as circunstâncias da fuga. As forças policiais estão trabalhando de forma integrada, procurando capturar os fugitivos antes que possam causar danos à sociedade.
O governo estadual também está reavaliando suas estratégias de segurança interna nos complexos prisionais, considerando novos protocolos que possam prevenir futuros incidentes semelhantes. A confiança no sistema de cogestão pode ser restaurada, desde que ajustes sejam feitos para melhorar suas defesas contra eventuais ataques.
Futuro dos sistemas prisionais na Bahia
O ataque ao complexo penal de Eunápolis levanta questões importantes sobre a eficácia e segurança do modelo de cogestão em prisões. Enquanto a fusão de esforços entre o setor público e privado deveria resultar em operações mais seguras e eficientes, os desafios apresentados por eventos como a fuga recente destacam a necessidade de reformulações estratégicas.
A sociedade espera que, por meio de uma análise detalhada e de ações corretivas apropriadas, o sistema prisional da Bahia consiga não apenas recapturar os fugitivos, mas também prevenir que eventos similares aconteçam no futuro, assegurando a proteção da população e o cumprimento efetivo da justiça.