Foto: Reprodução/Correio.
Antônio Vinícius Lopez Gritzbach, corretor de imóveis e antigo colaborador de Anselmo Bicheli Santa Fausta, conhecido como “Cara Preta”, esteve recentemente envolvido em uma complexa trama de investigação criminal. Gritzbach, que lidava com lavagem de dinheiro associada ao tráfico realizado pelo Primeiro Comando da Capital (PCC), firmou um acordo de delação premiada em março com o Ministério Público de São Paulo. Esta colaboração levaria à descoberta de operações ilegais não só da facção criminosa, mas também de policiais corruptos.
A morte de Gritzbach se deu em circunstâncias dramáticas no Aeroporto Internacional de São Paulo, também conhecido como Aeroporto de Guarulhos. Ele foi alvejado na área de desembarque, no Terminal 2, ao tentar fugir de dois atiradores encapuzados. O cenário e a execução do crime chamaram a atenção pelo grau de violência e organização, com pelo menos 29 disparos realizados.
Qual era a conexão de Gritzbach com o mundo do crime?
Gritzbach, de acordo com as investigações, teria contribuído para a lavagem de aproximadamente 30 milhões de reais oriundos do tráfico de drogas. Sua associação a Cara Preta, figura central dentro do PCC, trouxe à tona seu envolvimento profundo com negócios ilícitos envolvendo drogas e armas. Esta ligação estratégica o colocou em uma posição de alvo, especialmente após o assassinato de Cara Preta, que agravou as investigações contra ele.
Por que Gritzbach foi assassinado no Aeroporto de Guarulhos?
O assassinato de Gritzbach levanta questões sobre a segurança e as possíveis motivações por trás do crime. No momento do ataque, Gritzbach retornava de uma viagem com sua namorada e estava prestes a embarcar para outra cidade. Apesar de ter solicitado proteção ao Ministério Público, parece que as medidas de segurança não foram aceitáveis para ele, optando por um esquema privado realizado por policiais militares que acabaram não estando presentes no momento crucial.
Qual é o papel dos policiais militares na proteção de Gritzbach?
Gritzbach, em suas tentativas de proteger-se, contratou quatro policiais militares como escolta particular. No entanto, no dia do atentado, alegadamente, um problema mecânico em um dos veículos de escolta foi um fator determinante para a falta de proteção no aeroporto. Segundo depoimentos dos policiais, este contratempo impediu a chegada pontual ao local, representando uma brecha que favoreceu a execução do atentado.
Qual foi a reação das autoridades e quais são os desdobramentos?
A Polícia Civil intensificou as investigações, confiscando veículos e telefones celulares ligados ao evento e aos envolvidos. A descoberta de armas usadas no crime a poucos quilômetros do local do assassinato indica a preparação meticulosa dos executores. Considerando o envolvimento de uma facção criminal como o PCC e a possibilidade de corrupção entre forças de segurança, a Polícia Federal também foi acionada a investigar o caso, evidenciando a complexidade e seriedade das alegações.
Apesar das dificuldades, as autoridades continuam a busca por justiça e por respostas sobre os responsáveis e motivadores do crime, um episódio que sublinha as intrincadas relações entre crime organizado e agentes corruptos no Brasil.