Reprodução/redes sociais.
O tema do ódio nas redes sociais é cada vez mais relevante no contexto atual, onde a tecnologia permite uma conectividade global e instantânea. As plataformas digitais, que deveriam ser espaços para troca de ideias e conexão, muitas vezes se transformam em arenas de hostilidade. Este fenômeno levanta preocupações não apenas para as celebridades e influencers, mas também para usuários comuns, que precisam lidar com as consequências emocionais e sociais dessa cultura de ódio.
Várias personalidades da mídia têm se manifestado sobre esse problema, chamando a atenção para o aumento da prática do “hate”, ou ódio, como ferramenta de engajamento. A busca incessante por visualizações e seguidores, frequentemente, acaba promovendo comportamentos negativos, criando um ambiente tóxico nas redes sociais.
Neste sábado, 9, Patrícia Poeta usou suas redes sociais para fazer um desabafo sobre o uso do “hate” (ódio) como estratégia para gerar engajamento e conquistar seguidores na internet. A apresentadora do programa Encontro (Globo) se mostrou indignada ao perceber que esse tipo de comportamento está sendo valorizado nas plataformas digitais.
Indignação de Patrícia Poeta
Patrícia começou compartilhando sua preocupação ao ver comentários que defendiam o ódio como uma ferramenta para aumentar a visibilidade online. “Eu vi alguns comentários de pessoas dizendo ‘hate engaja, hate dá visualização, dá mídia, dá seguidor, hate traz muitas coisas’. Eu fiquei pensando, que tempos esses que a gente vive, as pessoas achando legal o hate. Hate é ódio em inglês”, disse.
Em seguida, a apresentadora fez uma reflexão sobre os haters — aquelas pessoas que atacam outras nas redes sociais — e afirmou que esse comportamento é resultado de frustrações e infelicidade. “Acho que todos nós aqui, que estamos nas redes sociais, conhecemos os haters que andam por aí. E todo mundo já se tocou que são pessoas que infelizmente tem as suas próprias frustrações, suas infelicidades. E aí a pessoa fala assim, ‘hoje eu vou sair atacando umas 10 [pessoas], para ver se eu deixo ela tão infeliz quanto eu’. Então já não vem de uma coisa boa”, criticou.
Por que o “hate” engaja tanto?
Sabe-se que um dos motivos pelos quais o ódio atrai tanto engajamento é devido à forma como os algoritmos das redes sociais estão estruturados. Comentários e reações, mesmo que negativas, são interpretados como sinais de relevância e interesse. Isso cria um ciclo onde postagens polêmicas ou agressivas ganham mais destaque.
Além disso, o comportamento dos internautas muitas vezes reflete suas próprias insatisfações pessoais. A plataforma digital torna-se um local onde eles podem manifestar suas frustrações sem enfrentar consequências imediatas, contribuindo para a perpetuação dessa cultura de ódio.
Quais são as consequências para a saúde mental?
A exposição constante a mensagens de ódio pode ter um impacto significativo na saúde mental dos usuários das redes sociais. Estudos indicam que este tipo de interação online pode levar a sentimentos de ansiedade, depressão e solidão. O ambiente virtual, que deveria oferecer apoio e conexão, frequentemente serve como amplificador de inseguranças pessoais.
- Aumento da ansiedade e estresse
- Surgimento ou agravamento de quadros depressivos
- Sentimentos de isolamento e rejeição
- Redução da autoestima
Patrícia lamentou a saúde mental de quem adota esse tipo de atitude na internet. “É triste saber que é assim, que as pessoas não estão bem de cabeça e, de repente, jogam todo o ódio na internet”, disse. A apresentadora também voltou a criticar a crescente valorização desse comportamento, em nome do crescimento nas redes sociais. “Como se não bastasse isso, tem gente que tá achando legal, que é demais ter esse movimento porque engaja. Onde a gente vai chegar com isso, é a minha grande preocupação”, desabafou.
Por fim, a apresentadora fez um apelo para que as pessoas priorizem o respeito nas relações online. “Eu acho que se as pessoas não têm o poder de amar e serem amadas, ok, mas a gente tem que pelo menos aprender a respeitar e a ser respeitado e isso que tá acontecendo, de achar que esse movimento [de hate] é legal, não é bom, não é normal”, concluiu.
Como enfrentar a cultura do ódio nas redes?
Combater a cultura de ódio nas redes sociais é um desafio que requer a colaboração entre usuários, desenvolvedores de plataformas e legisladores. Existem algumas estratégias que podem ser implementadas para mitigar essa questão:
- Educação digital: Ensinar práticas saudáveis de uso da internet e a importância de um comportamento respeitoso online.
- Moderação eficaz: Utilizar algoritmos e moderadores para identificar e combater conteúdos de ódio.
- Promoção do bem-estar: Incentivar conteúdos que promovem a positividade e o apoio mútuo.
- Responsabilização: Aplicar medidas reais contra aqueles que persistem em propagar o ódio.
Existe esperança para uma internet mais saudável?
Muitas vozes estão se levantando em prol de mudanças, indicando que há um movimento crescente em direção a uma rede onde respeitar seja a norma, e não a exceção. Essa é uma esperança renovadora de que, com o tempo, o foco possa retornar a ser a conexão genuína e a troca produtiva de ideias.
Portanto, enquanto as redes se expandem e evoluem, a responsabilidade de usar essas ferramentas de maneira construtiva recai sobre todos aqueles que as habitam. Elementos fundamentais como a empatia e o respeito precisam ganhar destaque se quisermos ver um ambiente digital mais saudável e acolhedor.