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A prisão do líder espiritual Kléber Aran, conhecido como Mesttre Aran, ocorreu em Salvador, destacando um caso de grande repercussão. Ele era conhecido por realizar tratamentos espirituais alegando incorporar o espírito do médico alemão Adolph Fritz, também chamado de Dr. Fritz. As acusações que levaram à sua prisão incluem importunação, abuso e violação sexual, especialmente explorando a vulnerabilidade de vítimas durante tais sessões espirituais.
Kléber Aran desempenhava um papel central no templo de Amor Supremo e foi detido durante um evento público, divulgado extensivamente em suas plataformas de mídia social. Os atendimentos estavam programados para acontecer na Rua Ceará, localizada no bairro Pituba, em Salvador, e foi nesse local que as equipes do Departamento de Proteção à Mulher, Cidadania e Pessoas Vulneráveis da Polícia Civil efetuaram a prisão.
Como ocorreu a prisão de Kléber Aran?
A detenção de Kléber Aran foi realizada no primeiro dia do evento programado para ocorrer em Salvador. Um mandado de prisão preventiva havia sido expedido pela 4ª Vara de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher, possibilitando a ação policial. Em ações passadas, Aran já havia sido alvo da “Operação Cristal” em 2021, que cumpriu mandados de busca e apreensão em sua residência e local de trabalho.
Esta operação foi coordenada pelo Ministério Público da Bahia, envolvendo o Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) e a 24ª Promotoria de Justiça de Salvador, com o intuito de encontrar evidências para as diversas denúncias feitas contra o médium.
Quais são as acusações contra Kléber Aran?
Kléber Aran enfrenta acusações graves como violação sexual mediante fraude, lesão corporal e assédio sexual contra mulheres que frequentavam seu centro religioso. De acordo com declarações das vítimas, ele exercia uma influência considerável sobre elas, que eram atraídas para participar de rituais religiosos, que alegadamente tinham como objetivo o cumprimento de propósitos espirituais superiores, mas que, conforme denúncia, eram usados para atender seus desejos pessoais.
O impacto do projeto Justiceiras
O projeto Justiceiras desempenhou um papel importante no encaminhamento das denúncias ao Ministério Público. As vítimas relataram que Aran mantinha seu silêncio por meio de ameaças psicológicas e físicas, levando-as a acreditar que faziam parte de uma elite espiritual denominada “Guardiãs do Cristal”. Durante a investigação, as mulheres apresentaram gravações de áudio de conversas realizadas por aplicativos de mensagens, que, segundo o Gaeco, serviam para criar um ambiente de submissão às vontades do líder.
Atmosfera de confiança e consequências dos abusos
Os relatos indicam que as vítimas eram inicialmente envolvidas em um ambiente de confiança, sendo levadas a crer que as ações do líder eram necessárias para o bem espiritual. Contudo, após os abusos, uma série de humilhações e subserviências foram relatadas, envolvendo violência espiritual, psicológica e até mesmo financeira. Essa atmosfera de controle psicológico permitiu que Kléber Aran mantivesse seu império de abuso sob disfarce de cuidado e espiritualidade.