A proposta de emenda à Constituição (PEC) que pretende alterar o regime de trabalho 6×1 tem gerado debates intensos entre diferentes partidos políticos no Brasil. Iniciada pela deputada Erika Hilton, a ideia central é transformar como a jornada de trabalho é distribuída, especialmente em setores como comércio e indústria. O atual esquema de seis dias de trabalho seguidos por um dia de descanso é visto por muitos como desgastante.
Formulada com base na proposta do movimento social Vida Além do Trabalho (VAT), a PEC sugere uma redistribuição das horas trabalhadas. A intenção é modificar a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), ao introduzir alternativas como a escala 4×3, favorecendo uma melhor qualidade de vida ao trabalhador sem comprometer a produtividade.
Bom dia!
— ERIKA HILTON (@ErikakHilton) November 12, 2024
Nossa mobilização não pode parar.
E hoje é um dia chave. Pois é dia em que parlamentares estão em Brasília e assinam proposituras com mais frequência.
Continuem e intensifiquem as cobranças para que os Deputados dos seus estados assinem a PEC.
FIM DA ESCALA 6X1
Como a adesão política está se desenvolvendo?
Até agora, 134 parlamentares já manifestaram apoio à proposta, sendo a maioria deles oriundos dos partidos PSOL e PT. Notavelmente, os partidos de direita têm manifestado uma adesão menor, apesar de algumas exceções, como Fernando Rodolfo (PL-PE), que apoia a iniciativa. Para que a proposta avance, é necessário que atinja o mínimo de 171 assinaturas, número que a deputada Erika Hilton está confiante em alcançar em breve.
A mobilização popular tem desempenhado um papel significativo no avanço da proposta. Campanhas de conscientização e pressão pública favoreceram um rápido crescimento no número de assinaturas.
Veja a lista:
| Nome | Partido | Estado |
| Erika Hilton | PSOL | SP |
| Célia Xakriabá | PSOL | MG |
| Chico Alencar | PSOL | RJ |
| Fernanda Melchionna | PSOL | RS |
| Glauber Braga | PSOL | RJ |
| Guilherme Boulos | PSOL | SP |
| Ivan Valente | PSOL | SP |
| Luiza Erundina | PSOL | SP |
| Pastor Henrique Vieira | PSOL | RJ |
| Professora Luciene Cavalcante | PSOL | SP |
| Sâmia Bomfim | PSOL | SP |
| Talíria Petrone | PSOL | RJ |
| Tarcísio Motta | PSOL | RJ |
| Túlio Gadêlha | REDE | PE |
| Airton Faleiro | PT | PA |
| Alencar Santana | PT | SP |
| Alexandre Lindenmeyer | PT | RS |
| Alfredinho | PT | SP |
| Ana Paula Lima | PT | SC |
| Ana Pimentel | PT | MG |
| Benedita da Silva | PT | RJ |
| Bohn Gass | PT | RS |
| Camila Jara | PT | MS |
| Carlos Veras | PT | PE |
| Carlos Zarattini | PT | SP |
| Carol Dartora | PT | PR |
| Dandara | PT | MG |
| Delegada Adriana Accorsi | PT | GO |
| Denise Pessôa | PT | RS |
| Dilvanda Faro | PT | PA |
| Dimas Gadelha | PT | RJ |
| Dr. Francisco | PT | PI |
| Elisangela Araujo | PT | BA |
| Erika Kokay | PT | DF |
| Fernando Mineiro | PT | RN |
| Florentino Neto | PT | PI |
| Gleisi Hoffmann | PT | PR |
| Helder Salomão | PT | ES |
| Ivoneide Caetano | PT | BA |
| Jack Rocha | PT | ES |
| Jilmar Tatto | PT | SP |
| João Daniel | PT | SE |
| Jorge Solla | PT | BA |
| José Airton Félix Cirilo | PT | CE |
| José Guimarães | PT | CE |
| Joseildo Ramos | PT | BA |
| Juliana Cardoso | PT | SP |
| Josias Gomes | PT | BA |
| Kiko Celeguim | PT | SP |
| Leonardo Monteiro | PT | MG |
| Lindbergh Farias | PT | RJ |
| Luiz Couto | PT | PB |
| Luizianne Lins | PT | CE |
| Marcon | PT | RS |
| Maria do Rosário | PT | RS |
| Merlong Solano | PT | PI |
| Miguel Ângelo | PT | MG |
| Natália Bonavides | PT | RN |
| Nilto Tatto | PT | SP |
| Odair Cunha | PT | MG |
| Padre João | PT | MG |
| Patrus Ananias | PT | MG |
| Paulão | PT | AL |
| Paulo Guedes | PT | MG |
| Pedro Uczai | PT | SC |
| Reginaldo Lopes | PT | MG |
| Reginete Bispo | PT | RS |
| Reimont | PT | RJ |
| Rogério Correia | PT | MG |
| Rubens Otoni | PT | GO |
| Rubens Pereira Júnior | PT | MA |
| Rui Falcão | PT | SP |
| Tadeu Veneri | PT | PR |
| Valmir Assunção | PT | BA |
| Vander Loubet | PT | MS |
| Vicentinho | PT | SP |
| Waldenor Pereira | PT | BA |
| Washington Quaquá | PT | RJ |
| Welter | PT | PR |
| Zeca Dirceu | PT | PR |
| Flávio Nogueira | PT | PI |
| Alice Portugal | PCdoB | BA |
| Daiana Santos | PCdoB | RS |
| Daniel Almeida | PCdoB | BA |
| Jandira Feghali | PCdoB | RJ |
| Márcio Jerry | PCdoB | MA |
| Orlando Silva | PCdoB | SP |
| Renildo Calheiros | PCdoB | PE |
| Dorinaldo Malafaia | PDT | AP |
| Duda Salabert | PDT | MG |
| Idilvan Alencar | PDT | CE |
| Josenildo | PDT | AP |
| Max Lemos | PDT | RJ |
| Professora Goreth | PDT | AP |
| Marcos Tavares | PDT | RJ |
| Duarte Jr. | PSB | MA |
| Lídice da Mata | PSB | BA |
| Pedro Campos | PSB | PE |
| Tabata Amaral | PSB | SP |
| Bacelar | PV | BA |
| Clodoaldo Magalhães | PV | PE |
| Prof. Reginaldo Veras | PV | DF |
| Aureo Ribeiro | SOLIDARIEDADE | RJ |
| Maria Arraes | SOLIDARIEDADE | PE |
| Ruy Carneiro | PODE | PB |
| André Janones | AVANTE | MG |
| Bruno Farias | AVANTE | MG |
| Pastor Sargento Isidório | AVANTE | BA |
| Elcione Barbalho | MDB | PA |
| Emanuel Pinheiro Neto | MDB | MT |
| Rafael Brito | MDB | AL |
| Keniston Braga | MDB | PA |
| Célio Studart | PSD | CE |
| Delegada Katarina | PSD | SE |
| Domingos Neto | PSD | CE |
| Laura Carneiro | PSD | RJ |
| Stefano Aguiar | PSD | MG |
| Dagoberto Nogueira | PSDB | MS |
| Geraldo Resende | PSDB | MS |
| Daniela do Waguinho | UNIÃO | RJ |
| Douglas Viegas | UNIÃO | SP |
| Meire Serafim | UNIÃO | AC |
| Moses Rodrigues | UNIÃO | CE |
| Pedro Lucas Fernandes | UNIÃO | MA |
| Saullo Vianna | UNIÃO | AM |
| Yandra Moura | UNIÃO | SE |
| Carlos Henrique Gaguim | UNIÃO | TO |
| Daniel Barbosa | PP | AL |
| Marx Beltrão | PP | AL |
| Socorro Neri | PP | AC |
| Thiago de Joaldo | PP | SE |
| Antônia Lúcia | REPUBLICANOS | AC |
| Ricardo Ayres | REPUBLICANOS | TO |
| Fernando Rodolfo | PL | PE |
Como são os argumentos a favor e contra a PEC?
Os defensores da PEC sustentam que a redução do trabalho contínuo ajuda na saúde física e mental dos empregados. O argumento é que jornadas de trabalho exaustivas podem levar a um aumento de problemas de saúde e baixos níveis de produção a longo prazo. Por isso, a mudança é vista como necessária e sustentável.
Entretanto, a proposta enfrenta resistência, principalmente entre parlamentares de partidos mais conservadores. Críticos acreditam que a alteração pode resultar em prejuízos financeiros para as empresas e comprometer a economia. A preocupação centra-se na possibilidade de redução da competitividade empresarial e no aumento dos custos trabalhistas.
O que essa mudança pode significar para o trabalhador brasileiro?
A aprovação dessa PEC pode implicar em um marco significativo nas relações de trabalho no Brasil. A redução na carga semanal e repouso mais frequente poderiam atrair talentos para setores tradicionalmente vistos como intensivos em força de trabalho. Além disso, é provável que medidas como a escala 4×3 possibilitem um equilíbrio melhor entre vida profissional e pessoal.
Impactos Positivos:
- Melhora na qualidade de vida: A principal vantagem é a possibilidade de ter mais dias de descanso por semana, o que pode levar a uma melhor qualidade de vida, com mais tempo para família, amigos, lazer e cuidado pessoal.
- Aumento da produtividade: Com mais tempo para descanso, o trabalhador pode retornar às suas atividades com mais disposição e energia, o que pode aumentar a produtividade e a eficiência no trabalho.
- Redução do estresse: A escala 6×1 pode ser bastante desgastante, tanto física quanto mentalmente. Uma nova escala pode contribuir para a redução do estresse e de problemas de saúde relacionados ao trabalho.
- Maior equilíbrio entre vida pessoal e profissional: A possibilidade de ter mais tempo livre pode ajudar os trabalhadores a equilibrar melhor suas vidas pessoais e profissionais, o que é fundamental para o bem-estar.
Impactos Negativos:
- Redução da renda: Dependendo da nova escala, os trabalhadores podem ter uma redução na renda, caso a jornada de trabalho seja diminuída sem compensação salarial.
- Adaptação: A mudança para uma nova escala pode exigir um período de adaptação, o que pode gerar algum desconforto e desorganização na rotina dos trabalhadores.
- Impacto na organização das empresas: A mudança na escala de trabalho pode exigir uma reorganização das empresas, o que pode gerar custos e dificuldades para alguns setores.
- Desigualdade: A implementação de uma nova escala pode gerar desigualdades entre os trabalhadores, caso não seja aplicada de forma uniforme em todas as categorias e setores.
A expectativa em torno da PEC é alta, com muitos aguardando sua formalização e eventual discussão no plenário. Caso atinja o número necessário de assinaturas, a proposta será oficialmente protocolada, levando a um debate mais inclusivo sobre a regulamentação das jornadas de trabalho no Brasil.