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A hipertermia é uma condição médica caracterizada pelo aumento acentuado da temperatura corporal, ultrapassando os níveis normais. Em animais de estimação, como cães e gatos, esse quadro pode ser desencadeado por diversos fatores, incluindo exposição prolongada ao calor, esforço físico intenso, ou ambiente inadequado. Quando não tratada a tempo, a hipertermia pode resultar em complicações graves e até ser fatal.
Caso da cadela Filó
A cadela da raça bulldog francês que faleceu após um banho em um pet shop em Cuiabá (MT) teve sua morte confirmada como causada por hipertermia, segundo laudo de necrópsia. O incidente ocorreu em setembro e gerou um desabafo nas redes sociais por parte do tutor do animal.
De acordo com o laudo, a hipertermia pode levar à morte em decorrência de complicações circulatórias, incluindo a formação de coágulos nos vasos sanguíneos e problemas pulmonares, como acúmulo de líquido e sangramentos. Essas complicações pulmonares são resultantes do dano causado pelo calor extremo às paredes dos vasos sanguíneos.
“A clínica não deu a atenção e os cuidados necessários durante o transporte. Eles basicamente cozinharam nosso cachorro dentro da van. Nossa intenção não é ganhar dinheiro com isso. Queremos fazer com que os animais sejam respeitados e que todos tenham noção de que não estão vendendo um produto, e, sim, cuidando de vidas que fazem parte de famílias”, disse João Marcos Rondon de Lima.
Após a morte da cadela Filó, de apenas 2 anos, o tutor registrou uma denúncia contra o pet shop por suposta omissão de cuidados. João Marcos relatou que, no dia do incidente, fez um boletim de ocorrência. Ele afirmou que a cadela apresentava boa saúde ao chegar para o banho, mas foi devolvida debilitada e com dificuldades respiratórias. Além disso, a temperatura da cadela ainda era alta, alcançando 39°C, quando chegou à clínica veterinária para atendimento.
Principais causas da hipertermia em animais
A hipertermia em animais de estimação pode ser causada por várias situações. Entre as mais comuns está a exposição prolongada ao calor, como ficar trancado em um carro estacionado sob o sol. Além disso, algumas raças, especialmente as de focinho achatado como bulldogs e pugs, são mais suscetíveis devido a dificuldades respiratórias naturais.
Outro fator de risco é o excesso de exercício em ambientes quentes, que pode superar a capacidade do animal de dissipar calor. Em alguns casos, condições médicas preexistentes podem também aumentar a propensão à hipertermia, tornando a vigilância ainda mais necessária para esses animais.
Sinais e sintomas da hipertermia
Reconhecer os sinais de hipertermia é essencial para agir rapidamente. Os sintomas incluem respiração ofegante excessiva, salivação excessiva, fraqueza, desorientação e, em casos mais graves, desmaios ou convulsões. Observa-se também o aumento da frequência cardíaca.
Caso o animal apresente algum desses sintomas após exposição ao calor ou exercício, é importante imediatamente procurar um local fresco e oferecendo-lhe água. Se os sintomas persistirem, procurar atendimento veterinário é urgente para evitar complicações fatais.
Medidas de prevenção da hipertermia nos pets
A prevenção da hipertermia envolve principalmente a gestão adequada das condições ambientais e o monitoramento das atividades diárias do animal. Algumas dicas incluem:
- Evitar atividades físicas intensas durante os períodos mais quentes do dia.
- Proporcionar acesso a locais sombreados e bem ventilados.
- Oferecer sempre água fresca para garantir a hidratação.
- Não deixar animais sozinhos dentro de veículos.
Além disso, conhecer as limitações físicas e as características específicas de cada raça pode ajudar a adotar estratégias personalizadas para prevenir a hipertermia.
O que fazer caso ocorra um episódio de hipertermia?
Se um animal estiver apresentando sinais de hipertermia, o primeiro passo é tentar reduzir a temperatura corporal do pet. Isso pode incluir movê-lo para um local mais fresco, oferecer água para mantê-lo hidratado e aplicar compressas frias nas áreas mais quentes do corpo.
No entanto, essas são apenas medidas temporárias. A assistência veterinária imediata é crucial para tratar possíveis complicações internas e garantir a recuperação plena do animal. É por meio de uma ação rápida e informada que se pode salvar a vida de um pet em situações de hipertermia.