A Globo, uma das maiores emissoras de televisão do Brasil, tem enfrentado dificuldades recentes em termos de audiência. No último sábado (23/11), a emissora registrou seus piores índices do ano, especialmente nos fins de semana, quando programas emblemáticos como ‘Fantástico’ não conseguiram manter seu tradicional público fiel. O declínio, que foi especialmente significativo em São Paulo, revela uma mudança no comportamento do público e lança questões sobre a evolução do consumo de mídia na era digital.
Historicamente, a Globo sempre foi líder no mercado de televisão brasileira, dominando a preferência do público com uma programação variada que abrange jornalismo, esportes, novelas, e entretenimento. No entanto, apesar deste legado de sucesso, as mudanças recentes no panorama tecnológico, juntamente com as novas preferências dos telespectadores, indicam que até os gigantes da mídia precisam se adaptar para não perder relevância.
Como a audiência foi impactada?
De acordo com o Metrópoles, a Globo registrou uma média de 8,7 pontos de audiência neste sábado (23/11), em São Paulo. O número é o mesmo alcançado durante o grande apagão que atingiu a capital paulista em 11 de setembro, quando muitos moradores ficaram várias horas sem energia elétrica.
Já no domingo (24/11), o Fantástico enfrentou um de seus piores desempenhos históricos. O programa marcou apenas 13,7 pontos na Grande São Paulo, ficando atrás da partida de futebol exibida durante a tarde, que alcançou 16,6 pontos.
A queda na audiência da Globo pode ser atribuída a uma combinação de fatores. Primeiramente, a ascensão dos serviços de streaming tem alterado significativamente a forma como o público consome conteúdo. Plataformas como Netflix, Amazon Prime, e Disney+ oferecem uma vasta biblioteca de shows e filmes, além de programação original, disponíveis para assistir sob demanda. Este modelo proporciona ao público uma liberdade que a programação tradicional não consegue igualar.
Além disso, os conteúdos cada vez mais personalizados e sem comerciais dessas plataformas acabam atraindo um público que prefere evitar a rigidez dos horários televisivos. Isso, aliado ao aumento do uso de dispositivos móveis, resulta em uma audiência mais fragmentada e dispersa, buscando entretenimento de formas mais convenientes.
Como a Globo Pode Reverter Esse Cenário?
A emissora está ciente dos desafios impostos por esta nova era digital. Diversas estratégias podem ser adotadas pela Globo para tentar mitigar as perdas de audiência. Investir em conteúdo digital é um caminho evidente. A Globo Play, plataforma de streaming própria da emissora, tem potencial para ganhar espaço neste mercado competitivo, mas isso exigirá melhorias contínuas em termos de catálogo e usabilidade.
Outra estratégia é buscar por uma programação mais interativa e envolvente que combine televisão e plataformas digitais, criando uma experiência integrada para o telespectador. Inovações no modo de apresentar programas tradicionais, com maior interação em tempo real e uso de tecnologias emergentes, também podem contribuir para captar a atenção do público moderno.
Qual o Futuro da Audiência Televisiva?
Se a tendência atual continuar, o consumo de televisão tradicional pode continuar a declinar, pressionando as emissoras a repensarem seus modelos de negócios. No entanto, isso não significa que a televisão como meio de entretenimento e informação está destinada a desaparecer. Os canais de TV têm a oportunidade de se transformar e se adaptar, utilizando a tecnologia como aliada.
Isso pode envolver o desenvolvimento de conteúdos mais diversificados, que incluam inovação tecnológica e a adaptação ao gosto de novas gerações. Em última instância, a habilidade de prever, adaptar-se e responder rapidamente às novas demandas será o diferencial entre as emissoras que prosperarão e aquelas que poderão cair no esquecimento.
A Globo, com sua tradição e infraestrutura, tem à sua disposição os recursos necessários para reinventar seu modelo e retomar seu espaço de destaque, caso decida por uma rápida e eficaz adaptação aos novos tempos.
