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Em agosto de 2014, a queda de um avião em Santos, São Paulo, marcou uma tragédia que não apenas tirou a vida do político Eduardo Campos, como também de outros seis tripulantes. Eduardo Campos, que estava concorrendo à presidência do Brasil pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB), perdeu a vida em um acidente que gerou grande repercussão no país.
A aeronave Cessna 560XL Citation Excel, prefixo PR-AFA, partiu do Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, com destino à Base Aérea de Santos, em Guarujá. Infelizmente, o destino não foi alcançado, e o impacto da tragédia se estendeu além das vidas perdidas, atingindo também a infraestrutura urbana do local.
Quais foram os danos materiais causados pelo acidente?
O acidente danificou aproximadamente 13 imóveis em um quarteirão entre as ruas Vahia de Abreu e Alexandre Herculano, no bairro Boqueirão. Um dos imóveis mais afetados incluía uma academia cujas áreas como piscinas e salas de musculação sofreram destruição parcial. A Defesa Civil acabou por interditar totalmente o local, gerando transtornos consideráveis aos proprietários e frequentadores.
Um ano depois da tragédia, o proprietário da academia resolveu buscar reparação judicial. O processo se voltou contra a AF Andrade Empreendimentos, proprietária da aeronave, e o PSB, pelo seu envolvimento na contratação do avião usado na campanha política de Campos. Contudo, o judiciário concluiu que apenas a empresa deveria ser responsabilizada pelos danos. O PSB, sendo apenas usuário do serviço, não foi considerado responsável pelos danos materiais causados.
O que causou o acidente do avião de Eduardo Campos?
A investigação sobre as causas do acidente abarcou uma série de hipóteses. Entre as possíveis causas destacaram-se:
- Colisão com elemento externo: a possibilidade de impacto com objetos não descartada.
- Desorientação espacial: uma condição que poderia ter afetado a capacidade dos pilotos de controlar a aeronave.
- Falha de profundor: um problema técnico com equipamento crucial no controle de voo.
- Falha de compensador de profundor: um mecanismo vital para manter a estabilidade horizontal do avião.
Esses cenários foram analisados minuciosamente, mas as autoridades não chegaram a uma conclusão definitiva. Em 2019, o Ministério Público Federal arquivou o processo, destacando a ausência de informações claras devido à falta ou mau funcionamento de aparelhos essenciais na cabine do avião.
Quem foi Eduardo Campos?
Eduardo Campos nasceu em 10 de agosto de 1965 na cidade do Recife, Pernambuco. Sua trajetória política foi influenciada por seu avô, Miguel Arraes, ex-governador de Pernambuco, cujo gabinete chefiou na década de 1980. Durante sua carreira, Campos ocupou vários cargos políticos, como deputado estadual, secretário de governo e ministro de Ciência e Tecnologia. Em 2007, ele foi eleito governador de Pernambuco, posição que manteve após reeleição em 2010.
Como um importante líder do PSB, Eduardo Campos buscava a presidência com uma proposta que prometia renovação política no Brasil. Sua morte prematura interrompeu essa jornada e provocou um impacto duradouro no cenário político nacional.
Desdobramentos judiciais e investigações posteriores
Apesar dos esforços para identificar as causas do acidente, inclusive um pedido em 2023 por parte do advogado Antônio Campos, irmão de Eduardo, para reabertura do caso, a Justiça não viu elementos suficientes para novas investigações. A Procuradoria-Geral da República decidiu não prosseguir com o processo, encerrando uma história que, quase uma década depois, ainda gera questionamentos.
O acidente que tirou a vida de Eduardo Campos deixou uma marca profunda no Brasil, tanto no que diz respeito à esfera política quanto às responsabilidades legais atribuídas a tais desastres, representando um caso emblemático de perdas humanas e materiais.