A escassez de insulina se transformou em uma crise preocupante para pacientes diabéticos no Brasil. Com a notícia de que uma das principais fabricantes alertou sobre a falta do medicamento nas farmácias, o impacto tem sido significativo. Os altos custos de alternativas mais caras e dificuldades no acesso à insulina gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS) complicam ainda mais a situação.
Segundo informações da Band/UOL, enquanto entidades médicas emitiram advertências, propondo a inclusão de outras insulinas na Farmácia Popular como solução paliativa, o governo não tomou essa medida, gerando inquietação entre pacientes e profissionais de saúde. Esta falta de ação impede um planejamento eficaz de ajuste nos tratamentos, levantando questionamentos sobre a gestão desse medicamento vital.
Como a falta de insulina está impactando?
A escassez de insulina se deve majoritariamente à dificuldade de aquisição de insumos necessários para a produção do medicamento. Segundo especialistas da área farmacêutica, essa situação foi agravada por problemas na participação de empresas em pregões para o fornecimento de insulina ao governo. Durante o ano de 2024, quatro pregões realizados pelo Ministério da Saúde foram insatisfatórios, seja pela ausência total de concorrentes ou pela participação limitada de algumas empresas.
Esses fatores culminaram em falhas pontuais no abastecimento de insulina nas farmácias públicas, embora o Ministério da Saúde insista que a distribuição não foi completamente comprometida. No entanto, relatos de pacientes indicam experiências discrepantes, como o fracionamento de doses devido à escassez, apontando para um problema sistêmico que precisa ser endereçado urgentemente.
Quais são as alternativas aos pacientes?
Os pacientes enfrentam duas principais alternativas para continuar seus tratamentos diante da falta de insulina: obtê-la gratuitamente pelo SUS ou adquirir insulinas comerciais, geralmente a um custo elevado. A obtenção pelo SUS depende da disponibilidade do medicamento nas unidades de saúde, o que nem sempre é garantido.
Quando as insulinas gratuitas estão em falta, muitos pacientes são forçados a recorrer a insulinas de mercado, cujo preço pode ultrapassar R$150 mensais. Essa transição exige orientação médica, pois as formulações comerciais podem variar significativamente nos seus modos de ação, requerendo ajustes no esquema de tratamento do paciente.
Como as Entidades Médicas estão Respondendo à Crise?
A Sociedade Brasileira de Diabetes e outras entidades médicas estão enfatizando a urgência de um planejamento estruturado para suprir a ausência de insulina no mercado. Desde a emissão de alertas até reuniões com representantes do governo, o objetivo é pressionar por soluções que minimizem o impacto sobre a saúde dos pacientes.
Especialistas em saúde pública argumentam que medidas paliativas, como a inclusão de variedades alternativas de insulina na Farmácia Popular, poderiam aliviar a pressão sobre o sistema atual. No entanto, sem o apoio governamental, tais propostas permanecem no campo das ideias, à espera de implementação.
O Futuro do Abastecimento de Insulina no Brasil
O panorama futuro do abastecimento de insulina no Brasil depende de ações coordenadas entre governo, fabricantes e as entidades médicas. A busca por estratégias que garantam a regularização dos insumos e fomentem a participação das empresas nos processos de aquisição do governo é essencial.
Ao trabalhar em conjunto, as partes envolvidas podem estabelecer um sistema mais resiliente de distribuição de insulina, assegurando que todos os pacientes recebam o tratamento necessário sem fissuras no suprimento. Somente através de uma abordagem integrada será possível resolver essa crise de maneira eficaz e sustentável.