O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, expressou forte oposição à proposta do governo Lula de unificar as forças de Segurança Pública no Brasil. Caiado destacou que, embora a teoria de um sistema integrado de policiamento pareça atraente, sua implementação prática enfrenta desafios significativos. Segundo ele, questões de segurança pública possuem particularidades que variam conforme a região, tornando inadequada uma abordagem uniforme em todo o território nacional.
Durante um encontro com o presidente, o governador enfatizou a necessidade de reconhecer experiências práticas no gerenciamento de segurança. Ele argumentou que, diferente de sistemas como o SUS na saúde e a estrutura educacional, a segurança pública requer soluções específicas que atendam às necessidades locais de cada região do país.
⏯️ Caiado reclama de PEC da Segurança ao chegar para reunião com Lula
— Metrópoles (@Metropoles) October 31, 2024
Governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil) disse ter descoberto o texto da PEC da Segurança pela imprensa
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Quais as demandas de Segurança para Caiado?
Para Caiado, um dos principais problemas da proposta é a tendência de enfraquecer a autonomia dos estados, invertendo a lógica fundamental de uma administração de segurança pública eficaz. Ele sustentou que o governo federal deveria atuar como apoio aos estados, e não como regulador que impõe diretrizes centralizadas. A diversidade regional do Brasil, que inclui desde áreas urbanas densamente povoadas até regiões afastadas como a Amazônia, demanda estratégias que contemplem suas especificidades.
O governador mencionou exemplos de legislação local que atenderiam melhor às questões específicas de Goiás, mas que enfrentaram resistência em esferas federais. Ele citou a derrubada pela Justiça de uma lei estadual que previa regras mais rígidas para crimes como o incêndio criminoso durante a seca, destacando a complexidade de legislar sobre temas que afetam diretamente a segurança pública local.
Qual o Impacto das Decisões Judiciais nas Leis Estaduais?
Caiado lamentou o bloqueio de certas legislações estaduais no Supremo Tribunal Federal (STF), que, segundo ele, enfraquece a capacidade dos estados de responder a problemas locais. As decisões judiciais que impedem a implementação de normas específicas, como a proibição de visitas íntimas a presos por crimes graves, são vistas como obstáculos significativos para a administração eficaz da segurança nos estados.
O tema é relevante devido ao papel das instâncias federais em revisar e, eventualmente, invalidar legislações estaduais, impactando assim a autonomia regional. Este contexto evidencia a complexidade ao se balancear entre as prerrogativas dos estados e as normas federais, uma tensão constante na estrutura de governança brasileira.
Na chegada ao Palácio do Planalto, Caiado reforçou sua postura contra a centralização das prerrogativas de segurança na União. A concentração de poder é vista como uma medida que pode minar a eficácia dos estados na gestão de suas respectivas forças de segurança. Ele demonstrou preocupação com a comunicação inadequada sobre o andamento da proposta, afirmando ter tomado conhecimento dos detalhes pela mídia, o que destaca potenciais falhas no diálogo entre governo federal e governadores.