Nesse domingo (27), Evo Morales, ex-presidente da Bolívia, afirmou ter sido alvo de um ataque enquanto se dirigia a um programa de rádio em Cochabamba. Ele utilizou suas redes sociais para divulgar um vídeo no qual seu veículo aparece alvejado por tiros, e o motorista, visivelmente machucado. Em meio ao caos, Morales relatou que os disparos ocorreram após uma tentativa de prisão.
Segundo Morales, ele e sua equipe foram interceptados por dois veículos, de onde desceram homens armados e encapuzados, que iniciaram o tiroteio. O ex-presidente classificou o incidente como uma tentativa de assassinato e acionou a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) para investigar o caso. Morales acusou agentes do Estado boliviano de atentarem contra sua vida.
En el atentado de Evo Morales. El chófer cambia dos veces de playera y no es la misma camioneta. Nada más que agregar su señoría. pic.twitter.com/rjrvgOfLGY
— April (@april_asecas) October 27, 2024
Qual foi a repercussão do ataque contra Evo Morales?
A ocorrência gerou grande comoção e polarização na Bolívia. Morales, que atualmente enfrenta acusações de abuso sexual, continua a liderar manifestações e bloqueios nas rodovias do país. Seus apoiadores alegam que tais ações visam a impedir uma perseguição judicial contra ele. Enquanto isso, o governo do presidente Luis Arce busca desmobilizar os protestos, destacando forças policiais para remover os bloqueios.
A imprensa local reportou que o veículo de Morales foi atingido por 14 tiros no município de Shinahota, na província de Tiraque. Imagens divulgadas revelam movimentações suspeitas de um helicóptero após o ataque, embora sua ligação com o incidente não tenha sido confirmada. O opositor de Morales, Anuelo Céspedes, declarou que há uma missão deliberada para assassiná-lo, aumentando ainda mais a tensão política no país.
Como o governo boliviano está lidando com os bloqueios?
Os bloqueios nas rodovias têm causado transtornos significativos no abastecimento de produtos em várias regiões da Bolívia. O presidente Luis Arce expressou que não permitirá que ações de um grupo impeçam o funcionamento normal do país. O governo mobilizou cerca de dois mil policiais para lidar com os bloqueios, resultando até o momento em 44 prisões e 14 feridos.
Morales, por sua vez, defende a continuidade das manifestações, alegando que a resistência do povo é legítima frente à opressão governamental. As próximas semanas prometem ser decisivas para o futuro político da Bolívia, à medida que o governo busca negociar ou reprimir os protestos.
O suposto ataque a Evo Morales não só reacendeu as animosidades entre seus apoiadores e o governo, mas também coloca em evidência as dificuldades políticas enfrentadas pela Bolívia. O cenário atual levanta questões sobre a estabilidade do país, a respeito do tratamento a líderes da oposição, e ainda sobre o papel das entidades internacionais em mediar conflitos internos.