Norlys Perez/Reuters.
No leste de Cuba, as autoridades estão em alerta máximo enquanto o furacão Oscar se aproxima, trazendo consigo ventos de 139 km/h e intensas chuvas, conforme alertado pelo Centro Nacional Americano de Furacões (NHC). A situação agrava-se devido ao gigantesco corte de energia que assola a ilha desde sexta-feira, afetando profundamente a vida dos seus 10 milhões de habitantes. Com a inflação já pressionando o país, os habitantes enfrentam dificuldades adicionais, vivendo em um ambiente de incertezas e desafios diários.
O presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, se comprometeu a proteger a população e os recursos econômicos, conforme anunciou em uma mensagem na rede social X. A situação coloca ainda mais pressão sobre o Governo para encontrar soluções rápidas e eficazes, especialmente com as restrições energéticas que afetam o país nas últimas semanas. O corte de energia é consequência do colapso da principal central térmica de Matanzas, essencial para o abastecimento elétrico da ilha.
O que está em jogo com o corte de energia em Cuba?
O sistema elétrico cubano enfrenta um déficit significativo, com apenas 16% dos consumidores voltando a ter acesso à eletricidade, conforme comunicou a presidência nas redes sociais. O país, que consumia cerca de 3.300 megawatts, agora gera aproximadamente 500 megawatts, o que é insuficiente para atender à demanda. A escassez de combustível, agravada pelo embargo dos Estados Unidos, tem dificultado ainda mais a situação, sendo este um fator crítico na manutenção das operações nas centrais elétricas.
Como a população cubana está lidando com a crise energética?
Os residentes de Havana e de outras regiões afetadas expressam um estado de cansaço e frustração com a situação. A falta de eletricidade afeta desde tarefas cotidianas até atividades básicas, como estudar ou se comunicar com familiares. Na ausência de ventiladores, as temperaturas tropicais se tornam insuportáveis, com sensação térmica superior a 30°C durante a noite. A crise de transporte também é um reflexo deste apagão, com tempos de espera prolongados para os poucos ônibus disponíveis.
- A maioria das áreas residenciais em Havana permanece sem luz.
- Geradores de emergência mantêm acesas apenas instalações essenciais, como hospitais.
- Habitantes relatam dificuldades adicionais devido à falta de acesso a internet e serviços de telefonia.
Quais são as ações do governo cubano para mitigar este cenário desafiador?
O governo, ciente da gravidade da situação, promete ações contínuas para a rápida restauração da energia. Miguel Díaz-Canel participou de reuniões emergenciais para supervisionar os esforços de recuperação e garantir que não haja descanso até que a situação volte ao normal. Essa promessa, no entanto, é desafiada pela complexidade estrutural do sistema elétrico do país, que depende de centrais antiquadas e frágeis.
A crise energética e suas consequências não são novidades para a população cubana, que tem enfrentado cortes regulares devido às restrições econômicas e à infraestrutura envelhecida. O histórico apagão de 2021, que gerou protestos significativos, ilustra a profundidade dos desafios que o país enfrenta para garantir um fornecimento elétrico estável e confiável.
Quais são as implicações futuras para o sistema elétrico de Cuba?
Para que Cuba possa superar esta crise energética, será essencial investir em fontes de energia alternativas e modernizar a infraestrutura existente. Além disso, a solução para o problema do combustível se faz urgente, dado o impacto direto do embargo econômico. A necessidade de resiliência e inovação no setor energético é fundamental para o desenvolvimento sustentável da ilha e para garantir o bem-estar dos seus cidadãos.