Reprodução.
A corrida eleitoral para a Prefeitura de Fortaleza está em alta tensão com a passagem de Evandro Leitão (PT) e André Fernandes (PL) para o segundo turno. Os dois candidatos emergiram como os mais votados em um dos pleitos mais disputados do país, ocorrida no último domingo (6). Surpreendentemente, dois nomes fortes que marcaram presença nas eleições de 2020 ficaram fora do segundo turno, adicionando um elemento de surpresa para o público eleitor.
O atual prefeito José Sarto (PDT), que buscava a reeleição, e Capitão Wagner (União) foram eliminados da disputa, embora suas campanhas iniciais parecessem promissoras. A corrida foi marcada por um verdadeiro reviravolta à medida que a propaganda política tomou força, mudando o cenário inicial e levando Leitão e Fernandes para a disputa final.
Lideranças nacionais na Eleição de Fortaleza
Evandro Leitão e André Fernandes não estão sozinhos nesta corrida. Eles carregam o peso e a influência de duas das figuras políticas mais poderosas do Brasil. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apoiou Fernandes, enquanto o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) expressou seu apoio a Leitão. Essa conexão com líderes nacionais fortaleceu suas campanhas, sendo um trunfo para alcançar eleitores indecisos.
A presença de Bolsonaro e Lula em Fortaleza deu um gás na polarização e motivou discussões em torno das ideologias representadas por cada candidato, criando um microcosmo do cenário político nacional dentro da capital cearense.
Quem apoia quem?
Além do suporte nacional, os candidatos têm aliados de peso no cenário local. Evandro Leitão conta com o ex-governador do Ceará e atual ministro da Educação, Camilo Santana, junto com o apoio do governador Elmano de Freitas (PT) e do senador Cid Gomes (PSB). Essas alianças são cruciais para angariar votos nos eleitores que valorizam as conquistas e promessas dos líderes locais.
Fernandes, por outro lado, recebe apoio de Eduardo Girão (Novo), enquanto figuras políticas como George Lima (Solidariedade) e Tecio Lima (PSOL) sinalizam seu apoio a Leitão. A ausência de apoios declarados de Sarto e Capitão Wagner no segundo turno introduz uma variável nova e incerta na equação eleitoral.
Guerra digital: Campanha nas redes sociais
A batalha pelas redes sociais tem sido um campo de batalha crucial nesta eleição. Muitos eleitores acompanham as atualizações através de plataformas como Instagram e Facebook, onde os candidatos não economizaram esforços em postagens patrocinadas e impulsionamentos. Este ambiente digital virou palco de ataques e defesas estratégicas que podem moldar a opinião pública de maneira significativa.
O ex-prefeito José Sarto investiu pesado nas mídias sociais, destacado como o maior investidor em impulsionamento digital no cenário nacional, embora isso não tenha assegurado seu lugar no segundo turno. Os ataques e retórica afiada representam uma tentativa desesperada de reverter o cenário desfavorável, porém, com resultados limitados.
Transformações internas: Caminhos de Leitão e Fernandes
Evandro Leitão, antes no PDT, migrou para o PT para buscar a cadeira de prefeito, num movimento estratégico que surpreendeu aliados e adversários. Sua vitória nas prévias contra a ex-prefeita Luizianne Lins comprovou sua força interna no partido. Fernandes, por sua vez, segue firme em sua trajetória, repetindo seu sucesso nas urnas como deputado federal, agora na busca pelo comando do Executivo municipal.
Com a disputa entre Leitão e Fernandes, o segundo turno em Fortaleza torna-se uma representação dramática da política nacional em nível local, um confronto de plataformas políticas e ideológicas que irá decidir o próximo gestor da cidade. Os olhos dos eleitores e especialistas estão voltados para esta eleição que em muitos aspectos resume a complexidade do cenário político brasileiro atual.