Foto: Henrique Coelho/g1 Rio
Um cenário de fraude envolvendo documentação acadêmica e profissional está em evidência no Rio de Janeiro. Jacqueline Iris Bacellar de Assis, que atuava como auxiliar administrativa no laboratório PCS Lab Saleme, ressurge no centro das atenções após alegações de uso indevido de seu nome e assinatura em atividades do laboratório serem feitas. A investigação toma novos rumos ao considerar a ausência de registros acadêmicos e profissionais válidos.
Investigação e Detalhes do Caso
Na última semana, Jacqueline compareceu à Delegacia do Consumidor, situada na Cidade da Polícia, acompanhada por advogados. Durante o processo, optou por não se pronunciar perante a imprensa presente no local, que buscava esclarecimentos sobre laudos supostamente assinados por ela. Segundo a técnica, sua função era limitada a tarefas burocráticas, negando envolvimento direto com assinaturas de laudos.
O Conselho Federal de Farmácia (CFF) e o Conselho de Biomedicina confirmaram que Jacqueline não possui registros profissionais que a habilitem a atuar como biomédica ou a assinar documentos pertinentes a essas áreas. Estas informações levantam dúvidas substanciais sobre a legitimidade das atividades desempenhadas no laboratório.
Emissão de Certificados: Controvérsias e Declarações
O laboratório PCB Lab Saleme relatou ter recebido de Jacqueline um diploma de conclusão de curso de graduação em biomedicina, no ato de sua contratação. Esse diploma, datado de 26 de abril de 2022, está agora sob escrutínio. A instituição responsável, identificada como Unopar, declarou oficialmente que não emitiu tal certificado à Jacqueline, colocando em xeque a autenticidade do documento.
Além disso, o laboratório disponibilizou uma comunicação supostamente realizada com Jacqueline, na qual ela teria fornecido uma imagem do diploma. No entanto, a falta de verificação mais aprofundada pode ter facilitado o uso do documento sem comprovar sua validade.
Repercussões Legais e Profissionais
Enquanto isso, o advogado José de Arimatéia Félix, que representa Jacqueline, evitou comentar o andamento do caso ao ser abordado pela imprensa. Em relação ao registro profissional, Jacqueline mantém uma inscrição ativa no Conselho Regional de Farmácia do Rio de Janeiro (CRF-RJ) como técnica de patologia clínica, uma qualificação de nível médio que não permite assinaturas de laudos.
Essa discrepância entre as credenciais acadêmicas alegadas e as qualificações profissionais reconhecidas oficialmente incita preocupações legais. A manutenção de registros no CFF, apesar da falta de um diploma superior genuíno, adiciona camadas de complexidade ao caso, requerendo investigações minuciosas por parte das entidades competentes.
A Conclusão das Investigações e Próximos Passos
Com os desdobramentos recentes, a expectativa é de que novos elementos emergem conforme as investigações progridem. A situação acentua a necessidade de processos de verificação mais rígidos na contratação e validação de credenciais profissionais, visando evitar que casos semelhantes se repitam.
As autoridades continuam a trabalhar para reunir evidências conclusivas e garantir que medidas apropriadas sejam aplicadas, buscando justiça tanto para possíveis vítimas quanto para os envolvidos. A transparência sobre a verdadeira formação e competências de indivíduos em funções críticas no setor da saúde permanece uma prioridade para instituições e conselhos reguladores.