Reprodução/Gazeta do Acre.
A Universidade Federal do Acre (Ufac) confirmou, na última quarta-feira (9 de outubro), a demissão de um professor do seu Colégio de Aplicação, após acusações de assédio sexual feitas por estudantes da instituição. O caso, que já havia sido noticiado anteriormente, vem ganhando destaque em meio à comunidade acadêmica e agora culmina na publicação da demissão no Diário Oficial da União, assinada pelo reitor Josimar Batista Ferreira.
Processo Administrativo e Motivos da Demissão
O professor foi demitido após a conclusão de um processo administrativo interno que investigou as alegações apresentadas contra ele. Os motivos para sua demissão incluíram “incontinência pública” e “conduta escandalosa” dentro do ambiente acadêmico. Desde maio deste ano, quando as denúncias vieram a público, o professor já estava afastado de suas funções no colégio. As acusações de assédio sexual, além de tramitar no âmbito da universidade, também estão sendo investigadas em um processo criminal pelo Ministério Público Federal (MPF) do Acre, embora os detalhes específicos deste procedimento permaneçam sob sigilo.
Denúncias e Detalhes dos Relatos
As acusações contra o professor foram inicialmente comunicadas em uma reunião ocorrida em 6 de maio, envolvendo pais, alunos, professores e representantes da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Acre (Adufac). Naquela ocasião, relatos de oito estudantes, com idades variando entre 14 e 17 anos, foram apresentados. Os depoimentos incluíam comentários inapropriados do professor sobre o corpo das alunas, toques não consensuais e piadas de teor sexual dentro e fora da sala de aula.
- Comentário sobre o corpo alheio
- Toques inapropriados e sem consentimento
- Comentários de cunho sexual em situações diversas
Em um dos relatos, um dos alunos narrou uma situação constrangedora envolvendo a maneira como o professor lidou com um sorvete em sala de aula, atribuindo conotações que deixaram os estudantes desconfortáveis.
A Reação da Comunidade Acadêmica
Após o impacto das denúncias, a Adufac reuniu as alegações e as apresentou formalmente ao MPF em meados de junho. O envolvimento de professores e alunos no caso refletiu uma pressão maior por respostas e medidas da universidade e de órgãos judiciais competentes. Até o momento, a direção do colégio também foi mencionada, segundo os depoimentos, como um possível fator de inibição para relatos após alegações de amizade com o professor investigado.
O professor negou as acusações, alegando perseguição dentro do colégio e afirmando manter uma trajetória de bom comportamento e profissionalismo ao longo dos anos de trabalho. Tal defesa, no entanto, não foi suficiente para evitar sua demissão e as investigações completas continuem nas esferas competentes.
Próximos Passos e Implicações
O caso segue em investigação pelo Ministério Público, que procura esclarecer as circunstâncias das denúncias e avaliar se novos procedimentos judiciais serão necessários. A situação também levanta um debate sobre medidas preventivas e protocolos de segurança nas instituições acadêmicas para lidar com denúncias de assédio. O acompanhamento do desenrolar deste caso pode ter impactos significativos no manejo de situações similares no futuro, tanto dentro da Ufac quanto em outras instituições de ensino.