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A Polícia Civil de São Paulo realizou uma ação de grande impacto ao apreender seis aeronaves em ação contra o crime organizado. Essas aeronaves, suspeitas de serem usadas para o transporte de drogas e dinheiro ilícito, foram localizadas em diferentes áreas do estado, com cinco delas encontradas em um sítio na Estrada Municipal Abílio Balduíno de Oliveira, em Joanópolis, no interior paulista, no dia 3 de outubro de 2024.
O trabalho investigativo, liderado pelo 30° Distrito Policial (Tatuapé), levou à descoberta de que as aeronaves eram operadas por uma quadrilha vinculada a facções criminosas, incluindo o notório Primeiro Comando da Capital (PCC). A operação se tornou possível após suspeitas sobre a aquisição de um avião bimotor, já que o antigo proprietário não tinha condições financeiras para tal compra.
Aeronaves Frankenstein: Onde e Como Funcionam?
Em uma operação mais profunda, cinco aeronaves foram encontradas desmontadas no sítio em Joanópolis. De acordo com o delegado Marcos Galli, esses aviões não tinham autorização da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para estarem no local. O termo “frankenstein” foi utilizado para descrever essas aeronaves, devido à sua montagem com partes diversas, servindo a operações ilegais de tráfico.
Mas por que justamente em Joanópolis? A localização estratégica e o isolamento do sítio permitiam à quadrilha certa discreção nas operações. A prática de utilizar aviões “frankenstein” vem se tornando comum entre facções devido à dificuldade em rastrear essas aeronaves personalizadas, complicando o trabalho da polícia.
O Papel das Facções Criminosas
As facções criminosas no Brasil, como o PCC, têm expandido suas operações para além das fronteiras dos estados. A utilização de aeronaves para transporte de drogas e outros materiais é uma tática para driblar a segurança nos transportes terrestres e aumentar a eficiência das operações ilícitas.
Com o avanço das investigações, a polícia também busca desvendar o possível uso de “laranjas” para ocultar a identidade dos verdadeiros operadores e envolvidos na quadrilha. Além de facilitar transações financeiras, os “laranjas” ajudam a esconder os verdadeiros donos das aeronaves e dos bens envolvidos.
Investigações e Próximos Passos
A operação do 30° DP já está em curso há um ano, revelando a complexidade e a necessidade de uma apuração detalhada em casos que envolvem crime organizado. Até o momento, apesar das apreensões significativas, não houve prisões de indivíduos diretamente ligados às aeronaves.
- A polícia continua a identificar mais envolvidos.
- Buscas por registros financeiros e comunicações dos suspeitos são parte do processo investigativo.
- Espera-se que as apreensões desestabilizem, ao menos temporariamente, as operações da quadrilha.
Esse tipo de operação mostra a importância de um trabalho contínuo e estratégico no combate ao crime organizado, ressaltando a necessidade de uma cooperação mais ampla entre diferentes estados e órgãos de investigação.
Como Prevenir o Uso Ilícito de Aeronaves?
Prevenir o uso de aeronaves em atividades criminosas requer fiscalização rigorosa e inovadora. Algumas estratégias incluem:
- Fortalecimento da fiscalização: Implementação de sistemas avançados de identificação e monitoramento de aeronaves por parte da Anac.
- Colaboração internacional: Troca de informações entre países para rastrear rotas suspeitas.
- Educação e treinamento: Capacitamento constante dos agentes envolvidos na fiscalização e investigação.
A operação em São Paulo é um exemplo da luta contínua contra o crime organizado e mostra que, apesar dos desafios, esforços combinados das forças de segurança podem conquistar avanços significativos.