O PCS Lab Saleme, localizado na região da Baixada Fluminense, é o centro de um escândalo envolvendo a contaminação de pacientes com HIV devido a transplantes de órgãos. Este laboratório vinha realizando testes sorológicos para doadores, e a descoberta de erros tem gerado intensa investigação das autoridades em busca de responsáveis.
Histórico de Processos Judiciais
Além do recente caso dos transplantes, o PCS Lab enfrenta seis processos no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) referentes a resultados de exames incorretos. Os casos incluem exames de gravidez, fator RH, e colesterol, entre outros. Essas acusações datam de mais de 10 anos e não são isoladas.
- Em 2010, uma paciente recebeu um falso positivo para HIV, descobrindo o erro dois meses depois. A questão foi resolvida judicialmente com um acordo de R$ 20 mil.
- Erros semelhantes ocorreram em exames de gravidez, causando grande confusão e constrangimento às envolvidas. Dois desses casos ainda aguardam decisão judicial.
O laboratório também foi condenado a pagar R$ 3 mil por danos morais a uma paciente que foi erroneamente diagnosticada com HPV. Outro caso de troca de resultados de exames de colesterol terminou sem resolução devido à falta de perícia especializada.
Repercussões dos Transplantes Contaminados
Seis pacientes na rede de saúde estadual foram contaminados como resultado da falha nos testes de sorologia para HIV realizados pelo PCS Lab. A gravidade do caso levou à suspensão imediata das atividades do laboratório e à instauração de investigações por parte da Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro, bem como auditorias determinadas pelo Ministério da Saúde.
Em resposta ao escândalo, um comitê foi formado para proporcionar apoio médico e psicológico aos afetados. Os laços entre dois dos sócios do laboratório e o deputado federal Doutor Luizinho (PP-RJ), ex-secretário de saúde, chamaram atenção, embora o deputado negue envolvimento no processo de seleção do laboratório para os serviços prestados.
Sindicância e Medidas Internas
O PCS Lab afirma estar realizando uma sindicância interna para investigar os erros e declarou que serviços de suporte estão sendo fornecidos aos pacientes contaminados. A empresa destacou seu comprometimento com protocolos estabelecidos pela Anvisa e pelo Ministério da Saúde, buscando assegurar que práticas seguras sejam mantidas.
Enquanto a nota emitida pelo laboratório traz algumas medidas tomadas, Matheus Sales, um dos sócios, não se manifestou sobre os escândalos. A investigação segue, e os resultados repercutirão significativamente nas práticas de segurança e controle de qualidade laboratoriais na região.