Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
Na manhã de 25 de agosto de 2024, a Polícia Federal realizou uma operação envolvendo o deputado federal Gustavo Gayer, do Partido Liberal (PL-GO). A ação, denominada Operação Discalculia, investiga o possível desvio de recursos públicos destinados à cota parlamentar. Relatos indicam que os fundos foram redirecionados para uma organização não governamental, levantando suspeitas sobre a gestão desses recursos pelo deputado e seus assessores.
O deputado Gayer, ao ser contatado, declarou não ter conhecimento prévio dos mandados de busca e apreensão relacionados à operação. Ele afirmou que as investigações possivelmente giram em torno de um prestador de serviços contratado no início do ano, cuja tarefa era promover suas atividades parlamentares nas redes sociais. Este profissional teria sido pago com recursos parlamentares.
Quais foram as alegações contra Gustavo Gayer?
A Polícia Federal emitiu um total de 19 mandados de busca e apreensão, abrangendo não apenas Brasília, mas também cidades do estado de Goiás, como Goiânia, Cidade Ocidental, Valparaíso de Goiás e Aparecida de Goiânia. A operação busca esclarecer a suposta utilização indevida de verbas parlamentares. Documentos da investigação sugerem que Gayer teria usado fundos públicos para beneficiar interesses particulares, o que configura potencial desvio de verba pública.
Além de sugerir envolvimento com atividades privadas feitas às custas do erário, as investigações apontam que um prestador de serviços ligado aos atos de 8 de janeiro de 2023 em Brasília estaria relacionado ao caso. Suspeita-se que ele tenha utilizado esses recursos para fomentar suas atividades na esfera privada.
Como o deputado Gayer respondeu à operação?
Gustavo Gayer expressou indignação quanto à operação da Polícia Federal, ocorrida apenas dois dias antes do segundo turno das eleições municipais em Goiânia. Em meio às investigações, ele afirmou que foram apreendidos um celular, um computador e cerca de R$ 1.700. Contudo, o deputado insistiu que não houve convocação para depoimento. Notícias ainda indicam a possível apreensão de R$ 70 mil em dinheiro, embora Gayer declare desconhecer a origem desse montante.
Em suas redes sociais, Gayer criticou o modo de operação da Polícia Federal, alegando agir sob “democracia relativa”. Ele relatou ter sido acordado com batidas à porta, expressando preocupação com o que classifica como uma narrativa criada contra ele, especialmente tão próximo ao domingo das eleições.
Quais são as possíveis consequências legais para os envolvidos?
Os crimes em investigação incluem associação criminosa, falsidade ideológica, falsificação de documentos particulares e peculato-desvio. Esses delitos, caso confirmados, podem acarretar severas penalidades, incluindo perda do mandato parlamentar e penas de prisão. O Supremo Tribunal Federal, através do ministro Alexandre de Moraes, supervisiona o cumprimento dos mandados e a continuidade das investigações em curso.
O caso Gustavo Gayer levanta discussões importantes sobre a integridade no uso de verbas públicas, especialmente no contexto político. À medida que a investigação avança, os resultados determinarão não apenas o destino do deputado, mas também poderão influenciar futuros dispositivos de controle para a utilização de recursos parlamentares.
O desenrolar da situação permanece sob grande atenção pública e mediática, com atualizações esperadas à medida que as investigações se aprofundam e as autoridades judiciais tomam decisões pertinentes.