Comprar um carro usado no Brasil exige atenção especial à quilometragem indicada no hodômetro. Esse número é um fator importante, pois afeta tanto o valor do carro quanto as expectativas de sua durabilidade e condição. No entanto, ele não é um indicador absoluto da qualidade: veículos com alta quilometragem podem ser boas escolhas, enquanto outros com baixa quilometragem podem esconder problemas.
A rotina diária dos profissionais que trabalham com a revenda de automóveis usados é marcada por um desafio: avaliar com precisão o estado do carro além do número no hodômetro. Rapha Vidal, da Vidal Repasse, enfatiza que a quilometragem é apenas o começo da negociação. O que realmente conta é o desgaste físico percebido através de uma análise completa e meticulosa do veículo. Conheça a nossa lista com os 10 carros mais econômicos para 2025.
Qual é a importância da quilometragem para a compra?
Ao examinar um carro usado, é fundamental verificar se a quilometragem reflete fielmente as condições de uso ao longo dos anos. De acordo com as médias brasileiras, um carro geralmente roda de 10.000 a 12.000 km por ano. Assim, um carro de 2010 que exibe menos de 80.000 km no hodômetro deve ser minuciosamente analisado. Entre as preocupações está o risco de adulteração do hodômetro, prática ainda comum e que pode mascarar um uso severo do veículo.
Uso severo e suas implicações na vida útil do carro
O uso severo de um carro envolve trajetos curtos e repetitivos, que impedem o motor de atingir sua temperatura ideal, provocando um desgaste precoce. Essa situação é comum em carros que foram exclusivamente utilizados para rotinas como levar crianças à escola ou trajetos curtos diários. Tais condições significam que o motor e outros componentes podem estar desgastados, mesmo que a quilometragem seja baixa. Fred Pires, da FR3 Veículos, salienta que um veículo com baixa quilometragem pode apresentar problemas graves pela falta de uso adequado.
Verificação de manutenção e passos para uma compra segura
Analisar o histórico de manutenção é essencial na compra de carros usados. Carros mais antigos com baixa quilometragem podem ter tido sua garantia comprometida devido à ausência de manutenções regulares. Luiz Henrique Tubarão, do Grupo Euroamericas/Megafor, recomenda atenção aos serviços não realizados que podem gerar problemas futuros, mesmo em veículos que parecem pouco usados.
- Verifique o histórico de revisão do carro.
- Analise aspectos como trocas de óleo, filtros, correias e demais componentes essenciais.
- Considere uma vistoria cautelar para detalhamento completo do estado do veículo.
Quais sinais indicam a adulteração de quilometragem?
Identificar sinais de adulteração ou falta de manutenção pode poupar surpresas desagradáveis para o novo proprietário. Desgastes visíveis em componentes como pedais, volante e bancos devem ser coerentes com a quilometragem apresentada. Além disso, pneus remoldados ou peças de baixa qualidade podem indicar negligência na manutenção.
Finalmente, uma inspeção por profissionais especializados, como uma vistoria cautelar, é uma ferramenta valiosa. Glauco Vargas, da G4 Veículos, sugere que estas vistorias fornecem uma garantia maior sobre a integridade estrutural e documental do carro, trazendo mais segurança e transparência para o comprador.