O Hospital Estadual de Heliópolis, localizado na Zona Sul de São Paulo, está no centro de uma investigação após denúncias de irregularidades envolvendo profissionais da saúde. As denúncias ganharam destaque após uma reportagem revelar que médicos estavam saindo do hospital durante o horário de expediente para tratar de assuntos pessoais. A situação gerou uma série de medidas administrativas e investigações por parte das autoridades competentes.
Segundo informações do g1, a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo anunciou nesta quarta-feira (23) a demissão do diretor do hospital, Abraão Rapoport, em resposta às denúncias. Ele foi substituído interinamente por José Luiz Gomes do Amaral, médico e assessor direto do secretário da pasta, Eleuses Paiva. A decisão de trocar a direção foi acompanhada da abertura de uma sindicância para apurar os fatos e determinar responsabilidades.
Quem são os médicos envolvidos na investigação?
Entre os médicos mencionados na reportagem, destacam-se o urologista Lawrence Aseba Tipo e o cardiologista Fulvio Alessandro Oliveira Souza. Ambos foram flagrados saindo do hospital sem cumprir integralmente a carga horária para a qual foram contratados. As imagens capturadas pelo SBT mostraram Lawrence Aseba utilizando o tempo de expediente para atividades pessoais, como corridas nos arredores do hospital.
Segundo a reportagem, Lawrence Aseba recebia um salário para trabalhar dois dias por semana no hospital, enquanto Fulvio Alessandro Oliveira Souza recebia para estar presente três dias por semana, totalizando 24 horas semanais. A exposição dessas atividades gerou muita repercussão, trazendo à tona discussões sobre comprometimento e uso de recursos públicos.
Quais medidas foram tomadas pelas autoridades?
Em resposta às denúncias, o Ministério Público de São Paulo iniciou uma investigação abrangente. As investigações estão focadas em duas frentes principais: criminal e administrativa. Na esfera criminal, os médicos podem enfrentar acusações de peculato, uma vez que há suspeitas de apropriação indevida de recursos públicos mediante fraude. Além disso, pode-se enquadrar a conduta dos médicos como improbidade administrativa, dado que são servidores públicos contratados pelo estado.
Além disso, a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, por meio de nota oficial, afirmou que já identificou os médicos envolvidos e que está analisando as denúncias. A secretaria destacou ainda a importância de punir qualquer conduta irregular, reafirmando seu compromisso com a ética e a integridade no serviço público.
Quais são as consequências para o Hospital de Heliópolis?
Apesar do impacto das denúncias no cotidiano do Hospital de Heliópolis, a unidade está passando por um período de melhorias e ampliação de serviços. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, o hospital aumentou sua capacidade de atendimento, especialmente no tratamento de pacientes oncológicos, realizando milhares de consultas e sessões de radioterapia mensalmente.
Essas mudanças são parte de um esforço para assegurar que os pacientes recebam atendimento de qualidade, mesmo diante dos desafios administrativos enfrentados. O hospital continua suas operações, focado na assistência à saúde da comunidade e na implementação de práticas que visem a melhoria contínua dos serviços prestados.