Foto: Alexander Vilf/via Reuters
A recente cúpula do BRICS, grupo que reúne algumas das maiores economias emergentes do mundo, enfrenta um momento crucial de expansão e avaliação de novos membros. Com a rejeição à entrada de ditaduras como a Venezuela e a Nicarágua, o bloco demonstra um cuidadoso exame dos critérios para admissão de novos participantes, alinhando interesses políticos e econômicos em meio a complexas relações internacionais.
Surpreendentemente, o ditador venezuelano Nicolás Maduro fez uma aparição inesperada em Kazan, Rússia, com o objetivo de fortalecer a candidatura de seu país. Essa iniciativa reflete tanto as complexidades geopolíticas quanto as movimentações estratégicas que países como a Venezuela estão dispostos a empreender para ingressar no influente grupo.
Qual é a posição do Brasil sobre a expansão do BRICS?
O Brasil se posicionou contra a inclusão da Venezuela no BRICS, conforme indicado por Celso Amorim, assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Amorim ressaltou a importância de preservar a essência do BRICS, composta por países de relevância expressiva e influência no cenário global. A tensão entre Lula e antigos aliados como Daniel Ortega, da Nicarágua, reflete as divergências sobre questões de direitos humanos e relações diplomáticas.
A resistência brasileira à entrada de novos membros sem critérios claros pode ser motivada por preocupações sobre diluir o propósito do BRICS e seu impacto nas relações internacionais. O Brasil sustenta que organizações como a ONU e o G-77 são adequadas para países candidatos não alinhados aos princípios originais do grupo.
Quem são os novos países convidados para o BRICS?
Os países recentemente convidados para se tornarem parte do BRICS como “países parceiros” são Cuba, Bolívia, Indonésia, Malásia, Uzbequistão, Casaquistão, Tailândia, Vietnã, Nigéria, Uganda, Turquia, e Bielo-Rússia. Esses países compõem uma lista diversificada com potencial de contribuição em termos de expansão econômica e presença geopolítica.
A Rússia, anfitriã das atuais deliberações, pretende assegurar que esses países cumpram os critérios de expansão e compartilhem dos princípios do BRICS, evitando complicações anteriores como as observadas na hesitação da Arábia Saudita e a recusa da Argentina em anos anteriores.
Quais os critérios para a nova categoria de associação no BRICS?
A reformulação do BRICS para incluir uma nova categoria de membros como “países parceiros” traz à tona a necessidade de critérios específicos. Entre esses critérios estão a relevância política no cenário global, a distribuição regional equilibrada, o apoio a reformas na governança global, como o Conselho de Segurança da ONU, e a rejeição a sanções não autorizadas pelas Nações Unidas.
Essa abordagem visa garantir que os novos membros contribuam de maneira positiva e harmoniosa para os objetivos do BRICS, sem desestabilizar a estrutura existente. As relações amigáveis com todos os membros ativos do bloco também são fundamentais para preservar a coesão política e econômica do grupo.
Navegando por esses desafios e oportunidades, o BRICS busca equilibrar a necessidade de expansão com a manutenção de sua influência global. O sucesso dessa abordagem dependerá tanto da diplomacia interna quanto da capacidade de adaptar suas estratégias a um mundo em constante mudança.