Foto: Ricardo Stuckert/PR.
O grupo conhecido como Brics, composto inicialmente por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, anunciou recentemente a inclusão de novos membros. Este movimento representa um marco importante na cooperação internacional e no cenário geopolítico global. O presidente Lula embarca neste domingo (20) para Kazan, na Rússia, onde participará da primeira cúpula de líderes do Brics após a ampliação do bloco, formado por países de economia emergente. Entre os países recém-invitados estão Arábia Saudita, Egito, Irã, Etiópia e Emirados Árabes. Este evento atraiu a atenção mundial sobre o crescente poder e influência do bloco.
Esta expansão foi um dos principais tópicos discutidos durante a cúpula que ocorreu de 22 a 24 de agosto de 2023. No entanto, o presidente russo Vladimir Putin não pode comparecer pessoalmente. A ausência física de Putin não diminuiu a importância das discussões que ocorreram, especialmente considerando as tensões globais atuais que vinculam muitos dos países membros do Brics.
Ausência de Vladimir Putin nas reuniões internacionais
Vladimir Putin, apesar de anfitrião da última cúpula do Brics, não participará do encontro do G20 no Brasil, em novembro de 2024. Essa decisão está ligada ao mandado de prisão liberado pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) devido a alegações de crimes de guerra na Ucrânia. Em resposta a possíveis medidas legais, as autoridades ucranianas pediram que o Brasil cumprisse o mandado de prisão caso ele se apresentasse.
Putin declarou que sua presença poderia afetar negativamente o trabalho do G20, reafirmando sua intenção de manter boas relações com o Brasil. Apesar de não reconhecer o TPI, ele sugeriu a possibilidade de acordos bilaterais que poderiam contornar o veredicto, destacando a complexidade diplomática das relações internacionais.
Novos desafios e oportunidades para o Brics
O Brics, sob a crescente liderança da China e Rússia, está buscando reforçar sua posição como um contrapeso às potências ocidentais. Com a possível criação de uma nova categoria de “países parceiros”, o bloco pretende incluir mais nações que desejam uma integração, embora sem todos os direitos dos membros plenos. O embaixador Eduardo Paes Saboia enfatizou que qualquer novo membro precisa compartilhar o compromisso de reformar o Conselho de Segurança das Nações Unidas, atendendo propostas defendidas pelo Brasil.
Os temas principais da reunião incluíram, além da expansão do Brics, a cooperação política e financeira entre os países membros. A instabilidade no Oriente Médio foi um dos pontos discutidos, especialmente devido ao envolvimento do Irã em conflitos regionais. Esta discussão é vital considerando a posição estratégica do Irã e suas recentes tensões com Israel.
Perspectivas futuras para o bloco Brics
O futuro do Brics parece promissor, com uma vigorosa agenda diplomática dirigida a aumentar sua influência geopolítica. Sob a presidência rotativa do Brasil prevista para 2025, espera-se que o bloco continue expandindo suas fronteiras e ampliando seu espectro de cooperação. As reuniões bilaterais de Lula durante a cúpula indicam um esforço contínuo para reforçar e diversificar parcerias estratégicas.
Com o mundo cada vez mais interligado e complexamente desafiador, o Brics está em uma posição única para mediar entendimentos e promover um equilíbrio de poder. A inclusão de novos países poderá tanto fortalecer o bloco quanto introduzir novos desafios que exigirão uma diplomacia astuta e um compromisso inabalável com o diálogo construtivo.