Recentemente, a inflação no Brasil registrou um aumento significativo em setembro de 2024, destacando-se como a maior variação mensal desde 2021. Este acréscimo foi impulsionado principalmente pelo grupo de Habitação, que experimentou um aumento marcado nos preços, especialmente na energia elétrica, devido a uma mudança na bandeira tarifária.
Além disso, o grupo de Alimentação e Bebidas também vivenciou crescimento em seus preços, consequência direta da seca que afeta lavouras e a produção de carnes. Esses fatores contribuíram para uma aceleração dos preços gerais de alimentos, após dois meses de queda. No cenário anual, a inflação brasileira acumula um aumento de 4,42% nos últimos 12 meses.
Qual o impacto da mudança tarifária na Habitação?
O grupo de Habitação apresentou um aumento de 1,80% em setembro, com uma contribuição de 0,27 ponto percentual (p.p.) para o índice da inflação. Este aumento foi impulsionado principalmente pela alta de 5,36% nos preços da energia elétrica residencial. Esta mudança seguiu a alteração da bandeira tarifária, que onerou as contas de luz em todo o país.
Neste grupo, também houve acréscimos nos preços do gás de botijão, com uma alta de 2,40%, taxas de água e esgoto, e gás encanado, que cresceram respectivamente 0,08% e 0,02% no mês.
Como a alimentação foi afetada?
O grupo de Alimentação e Bebidas registrou uma elevação de 0,50%, contribuindo com 0,11 p.p. para a inflação geral. Isso aconteceu após dois meses de redução nos preços. A alimentação no domicílio subiu 0,56%, enquanto fora do domicílio o aumento foi de 0,34%.
- Limão: aumento de 30,41%
- Mamão: aumento de 10,34%
- Tangerina: aumento de 10,27%
- Laranja-pera: aumento de 10,02%
- Banana-d’água: aumento de 4,31%
- Café moído: aumento de 4,02%
- Contra-filé: aumento de 3,79%
A seca nas lavouras foi apontada como a principal causa desses reajustes. Os preços das carnes, em particular, tiveram um aumento médio de 2,97%, a maior alta desde dezembro de 2020.
No grupo de Transportes, observou-se um aumento de 0,14%, influenciado principalmente pelo aumento de 4,64% nas passagens aéreas. No entanto, os preços dos combustíveis registraram um leve declínio, com a gasolina e o óleo diesel caindo 0,12% e 0,11% respectivamente, enquanto o etanol subiu levemente 0,75%.
Além dos transportes, a inflação de serviços mostrou uma desaceleração, crescendo apenas 0,15% em setembro. A principal responsável por essa queda foi a redução nos preços de entradas para cinema, teatro e concertos, que caíram 8,75% devido a promoções.
Por fim, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação para famílias de renda mais baixa, teve uma alta de 0,48% em setembro, revertendo a queda de 0,14% registrada em agosto. O INPC acumula uma alta de 3,29% no ano e 4,09% nos últimos 12 meses.