A decisão da Ford de descontinuar modelos clássicos como Fiesta, Focus, Fusion e Taurus surpreendeu muitos consumidores e agitou o mercado automotivo. Esses veículos, que conquistaram uma legião de fãs ao longo dos anos, estão sendo retirados de circulação, especialmente nos Estados Unidos e na Europa. A principal razão por trás dessa escolha é a mudança nas preferências dos consumidores, que agora optam por SUVs e picapes devido ao maior espaço, altura e versatilidade que esses veículos oferecem. A demanda por sedãs e hatchbacks compactos diminuiu, tornando esses modelos menos lucrativos para as fabricantes. Conheça também a lista com os 10 carros mais econômicos para 2025.
Jim Farley, CEO da Ford, explicou que a empresa está “saindo do negócio de carros chatos e entrando no negócio de veículos icônicos”. Segundo ele, ainda que os modelos como Fiesta e Focus fossem populares, eles não representam mais o futuro da marca, que pretende focar em veículos que emocionem e diferenciem a Ford no mercado.
Foco da Ford: o que vem a seguir?
Os planos da Ford para o futuro concentram-se no fortalecimento de sua linha de SUVs e picapes. Os próximos passos incluem a introdução de SUVs elétricos, como o Explorer e o Capri, projetados na plataforma MEB da Volkswagen. O popular SUV Puma também ganhará uma versão totalmente elétrica.
Apesar da intenção inicial de tornar sua linha totalmente elétrica até 2030, a Ford Europa revisou seu plano. O foco agora está em veículos icônicos como o Bronco, Mustang e Raptor. Essas mudanças refletem a intenção da Ford de competir de igual para igual com marcas de prestígio como a Porsche.
Por que a Ford está mudando sua estratégia?
A estratégia da Ford de sair do mercado de carros populares levanta questões. A empresa aposta que investindo em veículos icônicos e experiências marcantes conseguirá captar um público entusiastas. Contudo, essa decisão também permite que concorrentes, como Grupo Volkswagen e Toyota, dominem o espaço dos carros comuns.
As vendas da Ford na Europa têm caído significativamente. Durante o primeiro semestre de 2024, a marca viu suas vendas despencarem 16,9% na União Europeia, nos países da Associação Europeia de Comércio Livre (EFTA) e no Reino Unido. Esse cenário levanta dúvidas sobre o futuro da Ford no continente.
Quais os impactos no mercado de carros populares?
A decisão de descontinuar esses modelos coloca a Ford em uma posição arriscada, especialmente em mercados onde carros populares ainda são relevantes. Em 2024, os três carros mais vendidos na Europa não eram SUVs, o que sinaliza a persistente demanda por modelos mais econômicos e acessíveis, área que a Ford parece estar se afastando.
- A ausência de carros “chatos” permite que concorrentes capturem essa fatia do mercado.
- É arriscado apostar apenas em elétricos e veículos icônicos quando a demanda por modelos tradicionais ainda é alta.
- A mudança de estratégia exige adaptações significativas da rede de concessionárias e da percepção do consumidor.
Qual é a real estratégia da Ford?
No primeiro semestre de 2024, a Ford já não contava com o Focus entre seus modelos de fábrica, evidenciando a transição para uma linha de produtos mais exclusiva e de nicho. Ainda assim, essa decisão audaciosa de deixar para trás os carros comuns e focar em alguns modelos emblemáticos gera debate.
Ao não oferecer carros populares, a Ford está se colocando à mercê de um mercado em mudança. Será que essa aposta em veículos icônicos e elétricos será suficiente para alavancar a marca em termos de lucro e participação de mercado? A resposta a essa pergunta só o futuro dirá.
