Nessa quarta-feira (23), o Tribunal de Justiça de Minas Gerais acolheu uma denúncia que pesa sobre Alexandre Kalil, ex-prefeito de Belo Horizonte. Trata-se de uma acusação de improbidade administrativa, situação que coloca Kalil como réu no processo. Essa decisão foi oficializada pela juíza Denise Canedo Pinto, da 2ª Vara de Feitos da Fazenda Pública de Belo Horizonte, envolvendo outros personagens políticos importantes.
A origem da denúncia remonta a contratos firmados entre a prefeitura de Belo Horizonte e a empresa Perfil 252 Comunicação. O Ministério Público alega que houve chantagem por parte do ex-prefeito, obrigando a empresa a custear uma pesquisa de opinião para sua campanha ao governo do estado em 2022. Este é um dos principais focos da acusação de enriquecimento ilícito e administração irregular.
Quais são as Principais Acusações?
O processo judicial traz à tona questões relacionadas a contratos de publicidade entre a prefeitura e a agência Perfil 252 Comunicação, vigente desde 2014. As acusações apontam para um novo contrato no valor de R$ 46 milhões assinado em 2020, cujo objeto é a contratação da pesquisa eleitoral estimada inicialmente em R$ 69,3 mil. Conforme a denúncia, esse valor foi readequado para R$ 60 mil pela empresa.
Essa ação de Kalil seria respaldada por gravações e mensagens inspecionadas pelo Ministério Público, onde assessores de Kalil teoricamente teriam pressionado o empresário Cacá Moreno, dono da agência, sugerindo que a renovação do contrato estaria condicionada ao pagamento da pesquisa eleitoral.
Outros Envolvidos e Consequências
Além de Alexandre Kalil, o processo envolve os ex-secretários Aldaclever Lopes e Adriana Branco, bem como Cacá Moreno. A alegação contra eles é de improbidade administrativa, fraude e a obtenção de ganhos ilícitos. O Ministério Público pede, além do ressarcimento de R$ 103,5 milhões, a cassação dos direitos políticos dos envolvidos na trama.
Como Alexandre Kalil se Defende das Acusações?
Em sua defesa, Alexandre Kalil nega veementemente as alegações de qualquer atividade ilegal. Em declarações públicas, afirma que foi procurado pelo Ministério Público anteriormente para um acordo que evitaria o processo, mas recusou a proposta sob a alegação de não ter cometido irregularidade alguma. Kalil destacou estar confiante nas investigações, alegando não ter encontrado ilegalidades na sua gestão.
Alexandre Kalil, ex-dirigente do Atlético Mineiro antes de ingressar na política, busca retomar sua carreira política mirando as eleições estaduais. Após sua derrota para Romeu Zema em 2022 e a mudança para o partido Republicanos, Kalil alimenta planos de disputar novamente o governo de Minas Gerais. Essa mudança política ocorre em um cenário que seu antigo partido, PSD, está focado em apoiar outros candidatos.