Em um recente desdobramento jurídico, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) deliberou, por unanimidade, pela manutenção da retenção do passaporte do ex-presidente Jair Bolsonaro. Esta decisão está inserida no contexto de um inquérito que investiga sua suposta participação em uma tentativa de golpe de Estado, reforçando as medidas preventivas de segurança.
A decisão também incluiu a proibição de qualquer comunicação entre Bolsonaro e outros envolvidos na investigação. Esse movimento visa garantir a integridade das investigações em andamento, impedindo qualquer tipo de interferência que poderia comprometer a coleta e análise de provas.
Por que o STF decidiu manter o passaporte retido?
A decisão foi baseada no voto do relator Alexandre de Moraes, que ressaltou a necessidade de evitar supstas tentativas de Bolsonaro deixar o país. O avanço das investigações conduzidas pela Polícia Federal (PF) abordou evidências que, segundo Moraes, indicam a possibilidade de planejamento por parte dos investigados em relação a atos de desestabilização do governo.
Moraes destacou que há indícios substanciais que apontam para a participação ativa dos investigados no planejamento de ações que visam golpear o Estado, ainda que tais ações não tenham se concretizado devido a fatores externos.
A comunicação entre Bolsonaro e os outros investigados também foi restrita, uma decisão que Moraes considera crucial para evitar influências externas que possam comprometer a investigação.
- Restringir saídas internacionais como forma de assegurar o comparecimento do investigado às audiências.
- Minimizar riscos de comunicação entre investigados, preservando, assim, a autenticidade e originalidade das provas coletadas.
- Manter a estabilidade do processo jurídico e permitir que o mesmo ocorra sem pressões indevidas.
A defesa de Jair Bolsonaro havia recorrido contra a retenção de seu passaporte, pleiteando a devolução do mesmo para que o ex-presidente possa se deslocar livremente. No entanto, até o momento, esses apelos foram considerados “incabíveis” pelo STF, dado o estágio atual das investigações e a necessidade de medidas cautelares rigorosas.