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Os planos de governo de Ricardo Nunes, atual prefeito de São Paulo, do MDB, e Guilherme Boulos, deputado federal do PSOL, apresentam diferentes abordagens para enfrentar a crise climática e melhorar a sustentabilidade na cidade. Enquanto Nunes se apoia nas realizações de sua gestão, Boulos propõe novas soluções, embora de forma concisa.
A capital paulista enfrenta desafios ambientais significativos, agravados por questões como a falta de poda de árvores, enchentes constantes e poluição. Analisando as propostas de ambos os candidatos, é possível identificar suas estratégias e prioridades em relação a essas questões.
Como os candidatos pretendem melhorar a poda de árvores?
Um dos problemas persistentes em São Paulo é a grande quantidade de pedidos de poda e remoção de árvores pendentes. A gestão de árvores tornou-se ainda mais crítica após incidentes de quedas que causaram apagões na cidade. No entanto, essa questão não foi detalhada no plano de governo de Nunes, que se limita a mencionar o aumento do número de funcionários dedicados à zeladoria.
Por outro lado, Boulos propõe o uso de tecnologia para monitorar a saúde das árvores e otimizar os serviços de poda. Ele sugere uma inovação na zeladoria utilizando soluções tecnológicas que tornariam os processos mais eficazes e econômicos.
Ações propostas para o combate às enchentes
As enchentes são outro grande desafio enfrentado por São Paulo. O plano de Nunes destaca as obras de drenagem iniciadas durante seu mandato, citando a entrega de várias obras e a continuidade de outras. Ele também menciona importantes planos para áreas de risco, como o Plano Diretor de Drenagem e o Plano Preventivo Chuvas de Verão.
Boulos propõe uma abordagem integrada, atualizando o Plano Diretor de Drenagem (PDD) para incorporar tanto infraestruturas de retenção convencionais quanto infraestrutura verde. Enfatiza a criação de áreas permeáveis como parques lineares e jardins de chuva para melhorar a resiliência urbana.
Visão dos candidatos para reduzir a poluição
Embora a poluição seja um problema crítico em São Paulo, os documentos analisados não apresentam propostas diretas. Boulos, porém, menciona um grande programa de sustentabilidade urbana, focado na ampliação de áreas permeáveis e na transição energética, além do incentivo ao uso de combustíveis limpos e renováveis.
Nunes, por sua vez, fala em implantar políticas que reduzam a emissão de carbono no transporte, promovendo o uso de eletricidade, biometano e hidrogênio como fontes alternativas de energia. A ampliação da rede de ciclovias e a criação de parques são mencionadas como parte de uma estratégia mais ampla de sustentabilidade.
Como abordam a questão das mudanças climáticas?
Boulos discute a necessidade de cooperação internacional para mitigar as mudanças climáticas, alinhando São Paulo aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. Ele propõe a criação de um novo Plano Municipal de Redução de Riscos e a reorganização das estruturas de proteção civil, visando a prevenção e prontidão para desastres climáticos.
Nunes, em contrapartida, foca em uma abordagem mais local, fortalecendo a Defesa Civil e aprimorando o sistema de alerta para inundações. Aponta para a continuidade do Plano Preventivo Chuvas de Verão e a implementação de um Plano de Ação Climática do município.
Soluções para a arborização e calor extremo
O calor extremo é um desafio crescente em São Paulo, e ambos os candidatos propõem a criação de novas áreas verdes como estratégia de mitigação. Nunes destaca iniciativas de seu mandato, como a criação de parques e o plantio de milhares de árvores.
Além disso, Boulos sugere campanhas de arborização e a criação de corredores verdes para melhorar a qualidade de vida nas áreas mais quentes da cidade, conhecidas como ilhas de calor urbanas. Essas medidas visam não apenas reduzir a temperatura, mas também aumentar o bem-estar dos cidadãos.