O Edifício Joelma, localizado no coração de São Paulo, é lembrado como cenário de uma das maiores tragédias urbanas do Brasil. Em 1º de fevereiro de 1974, um curto-circuito originado no sistema de ar-condicionado iniciou um incêndio devastador que resultou na morte de 181 pessoas e deixou cerca de 300 feridos.
À medida que o fogo tomava conta do prédio, o caos e o desespero dominaram o ambiente, transformando o edifício em um marco de tristeza e horror. Após o incidente, o edifício foi rebatizado como Edifício Praça da Bandeira, mas sua história sombria continua a atrair atenção, especialmente em visitas guiadas durante o Halloween em São Paulo.
O Passado Sombrio do Local: Lendas e Tragédias
Antes mesmo da construção do Edifício Joelma, o terreno já era marcado por eventos trágicos. A área era anteriormente ocupada pela casa do professor Paulo Ferreira de Camargo, responsável pelo assassinato de sua mãe e irmãs em 1948. Os corpos foram enterrados em um poço na propriedade, e o professor tirou a própria vida durante a investigação policial.
Esses acontecimentos, somados à morte de um bombeiro que contraiu uma infecção enquanto recuperava os corpos do poço, contribuíram para a fama mal-assombrada da região. As histórias sobre assombrações adicionam uma camada de mistério às tragédias legítimas associadas ao local.
O Incêndio: Causas e Consequências
Qual foi o verdadeiro fator por trás do incêndio devastador no Edifício Joelma? O incêndio começou no 12º andar, onde estava localizado o Banco Crefisul, por causa de uma falha elétrica no sistema de ar-condicionado. Ventos fortes ajudaram a propagar as chamas, rapidamente transformando o prédio em um inferno de fogo, fumaça e calor intensos.
O autor Adriano Dolph, em seu livro “Fevereiro em Chamas”, relata que 181 pessoas perderam suas vidas nesse desastre, com muitos corpos sem identificação. A história das “13 almas” não identificadas, supostamente mortas em um elevador, faz parte do folclore sobrenatural associado ao incêndio.
Mistérios e Histórias Sobrenaturais
Vários mitos e histórias sobrenaturais cercam o edifício. Um dos relatos mais persistentes é o das “13 almas”, que se refere aos corpos não identificados sepultados no Cemitério São Pedro, na Vila Alpina. A história narra que as sepulturas emitiam gritos que cessavam com a aspersão de água, levando visitantes a considerá-las milagrosas.
A história de Volquimar, que perished on the 23rd floor, também é notável. Um suposto comunicado espiritual através de Chico Xavier culminou na psicografia de uma carta à sua mãe, relatando paz após a morte. Esta história inspirou o filme “Joelma, 23º Andar”, que trouxe mais relatos sobrenaturais durante suas filmagens, incluindo a presença de um aparente fantasma durante uma cena com a atriz Beth Goulart.
O Legado do Edifício Praça da Bandeira
Hoje, sob o nome de Edifício Praça da Bandeira, o prédio continua a ser um espaço comercial em São Paulo. Projetado pelo arquiteto Salvador Candia, consiste em duas torres de 25 andares em concreto armado. Sua reputação ainda é envolta em mistério e tragédia, alimentando um interesse contínuo e um desejo de compreender eventos sinistros ocorridos há décadas.
Apesar das reformas e de uma nova função como diretório político, a história do antigo Edifício Joelma continua a despertar curiosidade e interesse, perpetuando lendas urbanas enquanto relembra a tragédia que marcou a cidade de São Paulo para sempre.