Ronnie Lessa e Élcio Queiroz — Foto: Reprodução.
Após mais de seis anos do brutal assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes, o caso ganha novos capítulos com a definição do júri popular dos ex-policiais militares acusados do crime, Ronnie Lessa e Élcio Queiroz. A data para o julgamento foi confirmada para o dia 30 de outubro de 2024, pelo juiz Gustavo Kalil, titular do 4º Tribunal do Júri, durante uma reunião realizada no Fórum Central do Rio de Janeiro.
A busca por justiça continua sendo intensa e mobiliza diversos segmentos da sociedade. Marielle Franco, que era conhecida por sua atuação em defesa dos direitos humanos, foi assassinada em um ataque coordenado que gerou repercussão internacional e foi visto como uma afronta direta à democracia e aos direitos das minorias.
Em agosto, o Terra Brasil noticiou que a relatora do caso pediu a cassação de Chiquinho Brazão. Ronnie Lessa, em um de seus depoimentos, disse estar louco no momento do crime. Alexandre de Moraes autorizou a divulgação de conversa entre Ronnie Lessa e seu advogado.
Qual é o contexto do julgamento dos acusados?
O julgamento dos ex-PMs Ronnie Lessa e Élcio Queiroz é rodeado de expectativas, após um longo processo investigativo que envolveu diversas reviravoltas e a participação de diferentes corpos policiais. A promotoria e a defesa dos acusados tiveram a oportunidade de preparar suas respectivas argumentações, já que a data do julgamento era aguardada desde a prisão dos suspeitos, realizada após uma intensa investigação.
Além dos acusados, a trama que envolve os mandantes do crime é complexa. Recentemente, outras pessoas foram presas, acusadas de serem os mandantes do assassinato, incluindo irmãos políticos e um ex-chefe da Polícia Civil. Essa descoberta amplia o escopo das investigações e evidencia a necessidade de justiça integral no caso.
Quais são as expectativas em torno deste julgamento?
A expectativa em relação ao júri é grande, especialmente entre os movimentos sociais e organizações que lutam por direitos humanos. O Instituto Marielle Franco, que tem sido uma voz ativa na busca por justiça, vê este julgamento como um ponto crucial na luta contínua contra a impunidade para crimes violentos, que afetam especialmente mulheres, negros, LGBTQIAPN+, e moradores de favelas.
A Anistia Internacional, que acompanha o caso atentamente, considera o julgamento como um passo importante. No entanto, a organização enfatiza que justiça completa só será alcançada quando todas as pessoas envolvidas, direta e indiretamente, na realização e no planejamento do crime, forem devidamente julgadas e responsabilizadas por suas ações.
Como a sociedade está se mobilizando para o julgamento?
A mobilização social em torno do julgamento é significativa. Diversos atos simbólicos e manifestações têm sido organizados para honrar a memória de Marielle e Anderson e para exigir justiça. No domingo, 27 de outubro, uma missa será realizada no Cristo Redentor, com a presença de familiares da vereadora. O Instituto Marielle Franco vai transmitir o julgamento, ao vivo, através do canal no Youtube.
Além disso, no dia do julgamento, uma vigília será realizada em frente ao Tribunal de Justiça do Rio como um ato em memória da vereadora e do motorista. Tais ações refletem não apenas o anseio por justiça para Marielle e Anderson, mas também um chamado para garantir segurança e proteção em um dos países mais perigosos para defensores dos direitos humanos. A expectativa é que esse julgamento marque o início de uma justiça que se estenda a todos os envolvidos neste crime que chocou o país e o mundo.