A bancada do Partido Socialismo e Liberdade (PSol) na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) requisitou a cassação do mandato do deputado estadual Lucas Bove, do Partido Liberal (PL). A ação é motivada por acusações de violência doméstica feitas por Cíntia Chagas, influenciadora digital e ex-esposa do parlamentar.
Segundo informações do Metrópoles, na última sexta-feira, 11 de outubro, a equipe do PSol formalizou uma denúncia junto ao Conselho de Ética da Alesp, acusando Bove de quebra de decoro parlamentar. De acordo com o documento apresentado, evidências como prints de conversas e imagens de supostas agressões foram anexadas ao boletim de ocorrência registrado por Chagas.
O deputado estadual, por meio de suas redes sociais, teria declarado que “jamais encostaria a mão em uma mulher” e mencionou estar impedido judicialmente de comentar o caso, que corre em segredo de Justiça.
Apelo por Medidas Éticas na Assembleia
A representação do PSol destaca que as acusações contra Bove violam sérios princípios éticos e morais esperados de um parlamentar, comprometendo valores de dignidade e respeito aos direitos humanos. Ademais, eles criticaram uma citação bíblica feita por Bove após as denúncias virem à tona.
Casos Anteriores e Propostas de Mudança
O documento da bancada lembra de casos passados, como o de Fernando Cury, que foi suspenso por seis meses por apalpar a ex-deputada Isa Penna em sessão plenária. Outro caso mencionado foi a cassação de Arthur do Val, conhecido como Mamãe Falei, por declarações misóginas sobre mulheres ucranianas.
Nesse contexto, a bancada do PSol sugere que seja revisado o regimento interno da Alesp, propondo a perda automática de mandato para deputados condenados por violência doméstica. Essa proposta vem com a intenção de assegurar medidas punitivas mais severas contra comportamentos inaceitáveis de representantes eleitos.
Até o momento, a defesa de Lucas Bove não apresentou uma resposta oficial à denúncia junto ao Conselho de Ética. A situação levanta um debate intenso sobre a conduta e a responsabilidade de representantes públicos no combate à violência doméstica. A evolução deste caso pode significar um marco na forma como questões éticas são tratadas dentro da Assembleia Legislativa de São Paulo.