O estado de Pernambuco, no nordeste do Brasil, tem enfrentado um aumento alarmante nos casos de Febre do Oropouche, segundo informações da Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE). Três novas mortes de fetos foram confirmadas nesta quarta-feira (9), elevando para seis o número de casos de transmissão vertical envolvendo o vírus. Os incidentes ocorreram em julho no Recife, Bom Jardim e Gravatá, gerando preocupação entre as autoridades de saúde locais. As secretarias de saúde dos municípios afetados estão sendo orientadas para iniciar investigações aprofundadas sobre esses casos.
Regiões Afetadas e Medidas de Investigação
Embora as mortes ocorreram em Bom Jardim e Gravatá, ainda estão sendo realizados estudos conclusivos para determinar se essas áreas devem ser oficialmente incluídas na lista de cidades com circulação do vírus. Até o momento, Pernambuco registra 156 casos confirmados da doença, que tem atingido 28 municípios, entre eles Jaqueira, Pombos e Água Preta. As autoridades estaduais intensificam a vigilância com apoio das Gerências Regionais de Saúde e da Diretoria Geral de Vigilância Ambiental para tentar conter este surto.
Esforços de Monitoramento e Controle
Diante do crescente número de casos, um Comitê de Enfrentamento foi estabelecido em agosto com o objetivo de monitorar a evolução da doença e coordenar ações de prevenção. Esse comitê se reúne quinzenalmente, focando na elaboração de estratégias para controlar a transmissão e promover o tratamento adequado dos pacientes. Medidas preventivas, como evitar acúmulo de água parada, são fortemente reforçadas para limitar a proliferação dos mosquitos transmissores do vírus.
Entendendo a Febre do Oropouche
A Febre do Oropouche é causada por um arbovírus pertencente ao gênero Orthobunyavirus, da família Peribunyaviridae. O vírus foi isolado inicialmente no Brasil em 1960, a partir de uma amostra de sangue de uma preguiça-comum capturada durante a construção da rodovia Belém-Brasília. Os sintomas reportados assemelham-se aos da dengue, incluindo febre alta, fortes dores de cabeça, dores musculares, náuseas e diarreias, o que complica o diagnóstico preciso sem uma análise laboratorial.
O aumento significativo no número de casos, especialmente entre gestantes, gerou uma resposta mais estrategicamente alinhada das autoridades de saúde de Pernambuco. Coordenar medidas preventivas e educar a população sobre os riscos e formas de prevenção tornam-se ações prioritárias. É notável o esforço para realizar campanhas informativas focadas em sensibilizar a comunidade sobre a importância em evitar focos domésticos de água parada, vistos como potenciais criadouros dos mosquitos transmissores.