A Volkswagen pode ser uma das montadoras mais reconhecidas do mundo, mas quando se trata de lucratividade, nem tudo são flores. Especialmente nos últimos tempos, em que fatores como uma pandemia, o mercado de carros elétricos e a concorrência chinesa chegaram para atrapalhar. De acordo com Arno Antlitz, diretor financeiro do grupo automotivo, a VW tem apenas “um ou dois anos para se recuperar”.
As declarações foram dadas durante uma reunião na sede da empresa em Wolfsburg, na Alemanha. Outros executivos da montadora estavam presentes, incluindo o CEO Oliver Blume. Além disso, centenas de trabalhadores insatisfeitos também ouviram as falas polêmicas depois de a VW revelar no início desta semana que tem planos para fechar duas fábricas em seu país natal para diminuir custos. Será a primeira vez que a montadora encerrará as operações de uma unidade de produção em toda a sua história.
Desafios no mercado europeu para a Volkswagen
De acordo com a agência Reuters, Antlitz explicou que o mercado automotivo europeu encolheu desde a pandemia e não deve retornar aos patamares pré-Covid. Essa queda na demanda e a participação mais acanhada da marca no segmento de carros elétricos que o previsto vão resultar em 500 mil carros a menos no fechamento das vendas deste ano. Assim, se algo não for feito nos próximos dois anos para reduzir a produção de veículos e cortar despesas, a empresa terá sérios problemas financeiros.
Quais são as perdas da Volkswagen na China?
Contudo, as contas na Europa não são a única fonte de problema da VW. Mesmo no próspero mercado chinês, onde a marca ocupou a segunda posição geral de vendas no primeiro semestre de 2024, a fonte aparentemente secou. “Não há mais cheques vindos da China”, disse Oliver Blume durante a conferência. Como resultado, a competitividade no país asiático tem crescido com rivais mais modernos e baratos.
Estratégias futuras da Volkswagen para superar a crise
A Volkswagen sempre teve dificuldades em fazer carros elétricos, fechando parcerias com empresas diversas – como Xpeng ou Rivian, por exemplo – para conseguir se desenvolver nesse segmento. O CEO, por sua vez, disse que a perda de alguns empregos hoje pode prevenir a perda de muitos outros amanhã. “A indústria automotiva mudou maciçamente em termos de volume em poucos anos. Juntos vamos implementar medidas para nos tornarmos mais lucrativos. Vamos levar a VW de volta para onde pertence – essa é nossa responsabilidade”, afirmou Blume ao jornal The Guardian.
- Fechamento de fábricas para reduzir custos e se adaptar às novas realidades do mercado.
- Enfrentamento da crescente competição no mercado chinês.
- Parcerias estratégicas para avançar no segmento de veículos elétricos.
- Implementação de medidas de cortes de despesas e ajustes na produção.
- Fortalecimento da marca nos mercados globais.
A Volkswagen está em uma posição crucial que exige decisões estratégicas e rápidas para garantir sua posição no mercado mundial automotivo. A montadora precisa se adaptar às mudanças do mercado, tanto na Europa quanto na China, para sobreviver e se recuperar financeiramente nos próximos anos.