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Na última sexta-feira, 20 de outubro, os servidores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgaram uma carta aberta manifestando sérias preocupações em relação à presidência de Márcio Pochmann. Nomeado em agosto de 2023 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Pochmann, economista filiado ao PT, tem sido alvo de críticas por parte dos funcionários do instituto.
O ponto central das críticas é o conjunto de medidas adotadas por Pochmann, que, de acordo com os servidores, têm sido desestabilizadoras e centralizadoras, afetando negativamente o funcionamento do IBGE. Entre essas medidas está a criação da fundação IBGE+.
O que é a Fundação IBGE+?
A fundação IBGE+ foi criada sem qualquer diálogo prévio com os trabalhadores do instituto, causando grande apreensão. Os servidores do IBGE alegam que a fundação foi desenvolvida em segredo por 11 meses, e sua finalidade e impacto ainda não estão claros. Isso levanta sérios questionamentos sobre a transparência e os reais objetivos por trás dessa decisão.
A criação da fundação IBGE+ sem participação ou consulta aos servidores ressalta a falta de abertura da gestão de Pochmann, comprometendo a confiança interna na administração do instituto.
Reforma do Estatuto do IBGE
Outra preocupação significativa expressa pelos servidores é a reformulação do estatuto do IBGE. O processo, segundo eles, não tem sido conduzido de maneira transparente e carece de um debate amplo com os servidores e a sociedade. A falta de transparência e inclusão pode comprometer a governança da instituição e a qualidade dos dados estatísticos produzidos.
Os funcionários alertam que a falta de diálogo sobre mudanças críticas no estatuto coloca em risco a autonomia e a credibilidade do IBGE como fonte confiável de informações.
Viagens de Pochmann geram controvérsia
Além das questões administrativas e estruturais, os servidores criticam o comportamento de Pochmann em relação às viagens excessivas. Em um momento de restrições financeiras, onde o IBGE enfrenta dificuldades para cobrir despesas básicas como aluguéis e pagamentos a fornecedores, essas viagens são vistas como desconectadas das reais necessidades do instituto.
Essa discrepância entre as prioridades da gestão e as necessidades operacionais do IBGE ilustra um descompasso significativo que afeta negativamente a eficiência e a moral da equipe.
Servidores do IBGE pedem mudanças urgentes
A carta aberta dos servidores deixa claro o desejo por mudanças urgentes na presidência do IBGE. Eles assinalam que a gestão centralizadora e autoritária de Pochmann está minando a autonomia e a missão do instituto. A insatisfação dos trabalhadores é latente e já impacta na qualidade das atividades desenvolvidas.
Os servidores clamam por uma liderança mais transparente, participativa e alinhada com a missão pública do IBGE, a fim de preservar a integridade e a eficácia da instituição.
É evidente que os servidores do IBGE desejam uma administração diferente, que valorize o diálogo e a transparência. A carta aberta serve como um apelo para que sejam considerados novos rumos na gestão do instituto, visando garantir sua independência técnica e administrativa, além da qualidade de suas estatísticas.