Estamos em um momento emergencial. Temos que cuidar da saúde, principalmente dos mais vulneráveis, e não piorar a situação. Então, de forma nenhuma fazer nenhum tipo de fogo. Esta é a orientação da professora do Departamento de Ecologia da UnB (Universidade de Brasília), Isabel Belloni Schmidt. Segundo a professora, nesta época todas as queimas são humanas. Não existe queima natural na seca. As queimas naturais são por raios e só acontecem quando está tendo chuva.
Segundo o UOL, as previsões indicam que a situação não deve melhorar até o fim do ano. A seca atual atinge cerca de 59% do território brasileiro. Entender a amplitude e a gravidade desse fenômeno é essencial para que possamos enfrentar seus desafios e buscar soluções sustentáveis.
O Tamanho e a Intensidade da Seca
Olhando para o gráfico há algumas secas em destaque, como a de 1997 e 1998, que afetou basicamente a região Norte e parte da região Nordeste e foi decorrente de um El Niño. Depois teve a seca de 2015 e 2016, que foi muito extensiva e afetou grande parte do Centro-Norte do país. Agora, na seca que teve início em 2023 e continua até hoje, é a primeira vez que vemos essa condição de Norte a Sudeste do país, avaliou a pesquisadora do Cemaden.
Outra forma de olhar para o fenômeno é por meio do Índice de Precipitação Padronizado de Evapotranspiração (SPEI, na sigla em inglês). O indicador é medido por dois aspectos: a quantidade de chuva que cai e a quantidade de água que se perde pela evaporação, como do solo e dos rios, e pela transpiração das plantas.
Como o SPEI Impacta a Disponibilidade Hídrica?
É um indicador de disponibilidade de umidade, de disponibilidade hídrica. Quanto mais negativo é o índice, menor é a precipitação e maior é a evapotranspiração. Ou seja, causa um balanço negativo de disponibilidade hídrica, explicou Cunha. Os dados da seca atual, mesmo que parciais, já apresentam valores de SPEI mais negativos, indicando ser a mais intensa e extensa da série histórica.
Quais São as Consequências da Seca Extrema?
A extensão e intensidade da seca trazem inúmeras consequências para a população e o meio ambiente. Entre os principais efeitos, podemos destacar:
- Escassez de Água Potável: A redução dos níveis de precipitação afeta a disponibilidade de água nos reservatórios, rios e aquíferos, comprometendo o abastecimento de água potável para milhões de brasileiros.
- Agricultura Comprometida: A falta de água impacta diretamente a produção agrícola, gerando perdas nas safras e aumento nos preços dos alimentos.
- Desmatamento e Queimadas: A seca intensa facilita a ocorrência de queimadas, que são frequentemente iniciadas de forma criminosa ou acidental, agravando ainda mais os impactos ambientais.
- Saúde Pública: A falta de água e o aumento das queimadas elevam os casos de doenças respiratórias e outras enfermidades relacionadas ao clima seco.