Brumadinho (MG), 23/01/2024 – Local onde funcionava a mina Córrego do Feijão da Vale do Rio Doce e estações de busca de vítimas do rompimento da barragem. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
A Vale divulgou na última sexta-feira (13.set.2024) a descoberta de “trincas superficiais” durante uma inspeção rotineira na barragem Forquilha 3, localizada na mina de Fábrica, em Ouro Preto (MG). A estrutura da barragem encontra-se em nível máximo de alerta para rompimento, mas, segundo a mineradora, a estabilidade não foi comprometida. As informações são do Poder 360.
Em nota oficial, a empresa afirmou que está realizando “verificações adicionais” e que, apesar das fissuras encontradas, a condição de estabilidade da barragem permanece inalterada. A companhia declarou que a “zona de autossalvamento” ao redor da barragem já foi evacuada, garantindo que não há presença de comunidades no local.
Trincas em Barragem da Vale
A inspeção que revelou as fissuras foi parte das atividades de rotina conduzidas pela mineradora. As trincas foram encontradas na barragem Forquilha 3, a qual já estava sob monitoramento intensivo devido ao nível de emergência elevado. A Vale reiterou que as condições de estabilidade permanecem inalteradas e que todas as medidas necessárias estão sendo tomadas.
Como a Vale está lidando com a situação?
Para responder à situação, a Vale implementou um plano de ação que inclui investigações e correções conforme necessário. A empresa também está mantendo os órgãos públicos competentes constantemente informados sobre as ações tomadas. Além disso, a mineradora ressaltou que continuará a monitorar a estrutura de maneira permanente.
Histórico de rompimentos de barragens da Vale
A Vale já enfrentou sérios problemas com rompimentos de barragens no passado. Em novembro de 2015, a barragem de Fundão se rompeu em Mariana (MG), resultando na morte de 18 pessoas. Esse desastre foi seguido pelo colapso da barragem em Brumadinho (MG) em janeiro de 2019, que causou a morte de 270 pessoas.
- Em ambas as ocasiões, as consequências foram catastróficas em termos de perda de vidas e danos ambientais.
- A barragem de Fundão era controlada pela Samarco, uma joint venture entre a Vale e a BHP Billiton.
- Após o desastre de Brumadinho, a Vale se comprometeu a aumentar a segurança de suas barragens e reduzir o nível de risco.
Nesses eventos passados, críticas e investigações severas foram direcionadas à mineradora. O histórico de problemas anteriores tornou a atual descoberta de trincas superficiais um assunto sensível, exigindo transparência e ações imediatas da empresa.
Medidas tomadas pela Vale
A nota oficial da Vale mencionou que a empresa está comprometida com a “descaracterização” das barragens. Isso faz parte de um esforço maior para aumentar a segurança e reduzir os níveis de emergência das estruturas de contenção. O plano inclui a implementação de barreiras de proteção adicionais a jusante das barragens.
Plano de descaracterização
O plano de descaracterização é uma medida crucial que envolve a transformação das barragens de rejeitos em estruturas mais seguras e estáveis. A empresa informou que:
- Manterá a Zona de Autossalvamento evacuada.
- Continuará a monitorar a estrutura constantemente.
- Realizará verificações adicionais regularmente.
- Executará correções necessárias conforme identificadas.
A Vale também enfatizou que está comprometida com a transparência, mantendo os órgãos públicos e a sociedade informados sobre todos os desenvolvimentos.
Esses esforços são voltados para garantir a segurança das operações e prevenir desastres futuros, além de recuperar a confiança pública na segurança das operações da Vale.