As causas do autismo são amplamente exploradas pela ciência, com muitas lacunas ainda a serem preenchidas. Um estudo de 2018 trouxe à tona uma ligação preocupante entre elevados níveis do pesticida proibido DDT no sangue de gestantes e o aumento do risco de autismo em seus filhos. Esse estudo, realizado na Finlândia, analisou mais de 1 milhão de gestações.
A pesquisa foi publicada no American Journal of Psychiatry e oferece insights importantes sobre os fatores ambientais que podem influenciar o desenvolvimento do transtorno do espectro autista (TEA), um grupo diversificado de condições relacionadas ao desenvolvimento cerebral.
O Estudo e Suas Descobertas
Na ocasião do estudo, os pesquisadores identificaram 778 casos de autismo infantil entre os descendentes nascidos de 1987 a 2005 de mulheres inscritas na pesquisa. Esses pares mãe-filho foram comparados com descendentes de mães e descendentes sem autismo para identificar fatores de risco.
O Pesticida DDT é um Fator de Risco para o Autismo?
O sangue materno, coletado durante o início da gravidez, foi analisado para detectar DDE, um metabólito do DDT, além de PCBs, outra classe de poluentes ambientais. A conclusão foi clara: filhos de mães com maior concentração de DDE tinham maior probabilidade de desenvolver autismo. Essa associação persistiu mesmo após ajustes para fatores como idade materna e histórico psiquiátrico.
Embora o DDT e os PCBs tenham sido amplamente proibidos em muitas nações há mais de 30 anos, incluindo o Brasil, esses poluentes persistem na cadeia alimentar. Sua decomposição é extremamente lenta, podendo levar décadas, o que resulta em exposição contínua às populações. Isso demonstra a necessidade de vigilância contínua e medidas para minimizar o impacto desses poluentes no meio ambiente e na saúde pública.
O Que é o Autismo?
O autismo, também conhecido como transtorno do espectro autista (TEA), é um grupo de condições variadas relacionadas ao desenvolvimento do cérebro. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 1 em cada 100 crianças tem autismo. As habilidades e necessidades de pessoas autistas podem variar amplamente, e enquanto algumas podem viver de forma independente, outras podem necessitar de cuidados e suporte durante toda a vida.
As descobertas desse estudo destacam a importância de mais pesquisas sobre os fatores ambientais que contribuem para o autismo. Além disso, reforça a necessidade de medidas preventivas e políticas de saúde pública que protejam as gestantes e suas futuras gerações de exposição a poluentes ambientais persistentes.
- Investimento em pesquisas ambientais.
- Adoção de políticas para reduzir a exposição a poluentes.
- Educação e conscientização das gestantes sobre riscos ambientais.