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Somente em agosto, foram registrados 13,6 mil focos, índice que superou o acumulado de janeiro a julho deste ano. O Estado de Mato Grosso decretou emergência devido à seca severa e aos incêndios florestais; dois brigadistas perderam a vida combatendo fogo na região em um intervalo de três dias.
Com 24,8 mil focos de incêndio, Mato Grosso é o estado brasileiro mais afetado por queimadas desde janeiro deste ano, conforme os dados do Programa BDQueimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Apenas no mês de agosto, mais de 13,6 mil focos foram contabilizados, superando os números totais de janeiro a julho de 2024.
Equipes enfrentam dificuldades para combater incêndios em Mato Grosso
De acordo com o Inpe, o número de focos de incêndio registrados no período de 1º a 30 de agosto de 2024 foi o maior índice para este mês nos últimos dez anos no estado. Este cenário se agrava com uma estiagem severa, atingindo outras partes do país na maior seca da história, segundo o Cemaden. Na capital, Cuiabá, não chove há pelo menos 130 dias.
Na última sexta-feira (30), o governo de Mato Grosso declarou situação de emergência no estado devido à seca e os incêndios florestais que afetam diversas regiões, especialmente o Pantanal. Esta medida, válida por 180 dias, considera as condições climáticas desfavoráveis de estiagem prolongada, altas temperaturas, ondas de calor, baixa umidade relativa do ar e ventos intensos.
Por que ocorrem tantos incêndios em Mato Grosso?
Os incêndios em Mato Grosso são potencializados por diversas causas. Segundo a WWF Brasil, o número de focos de incêndio na Amazônia é o maior registrado desde 2004. Além disso, o fogo é frequentemente utilizado para “limpar” áreas onde a floresta ou a savana foram derrubadas, intensificando a destruição.
- Estiagem prolongada e altas temperaturas
- Baixa umidade relativa do ar
- Ventos intensos
- Desmatamento e limpeza de áreas para agropecuária
Quantos hectares foram devastados?
Somente em agosto de 2024, Mato Grosso teve mais de 1,6 milhão de hectares atingidos e devastados pelo fogo, de acordo com uma análise do Instituto Centro de Vida (ICV) com base nas pesquisas da Nasa. No total acumulado do ano, cerca de 3 milhões de hectares foram queimados no estado. Em comparação, nos 26 estados e no Distrito Federal, foram registrados mais de 123 mil focos de queimadas até 30 de agosto de 2024, conforme o Inpe.
A Amazônia, com 61.011 focos, é o bioma mais devastado no Brasil, seguido pelo Cerrado e pela Mata Atlântica. No entanto, o Pantanal é o bioma mais crítico em Mato Grosso devido à dificuldade de combate e à rápida propagação do fogo, que pode consumir grandes áreas rapidamente.
Quais são os impactos dessas queimadas para a população e meio ambiente?
Os incêndios têm gerado impactos devastadores tanto para a população quanto para o meio ambiente. Na última sexta-feira, dois focos de incêndio de grandes proporções atingiram a região da Chapada dos Guimarães, um famoso destino turístico, onde cerca de 10 mil hectares foram queimados.
Além disso, o fogo avançou no Parque Nacional da Chapada dos Guimarães, levando ao fechamento do mirante do Morro São Jerônimo para visitas. Equipes de bombeiros e brigadistas foram mobilizadas para combater as chamas na região.
Impacto na vida selvagem
O biólogo Gustavo Figueirôa, do Instituto S.O.S Pantanal, afirma que mais de 550 mil hectares foram devastados pelo fogo somente no Pantanal. Estas queimadas comprometem gravemente a biodiversidade, comprometendo a fauna local.
- Destruição de habitats naturais
- Morte de animais silvestres
- Impacto na qualidade do ar e saúde pública
Em síntese, o cenário é alarmante e exige ações urgentes para conter o avanço das queimadas e minimizar os danos ao meio ambiente e à população.