Sagui come melancia gelada no Centro de Triagem e Reabilitação (Cetras) do Parque Ecológico do Tietê. Marcelo Camargo/Governo de São Paulo.
O Centro de Triagem e Reabilitação de Animais Silvestres (Cetras) do Parque Ecológico do Tietê, localizado na zona leste de São Paulo, tem recebido atenção especial durante a crise climática que afeta o estado e grande parte do Brasil. Durante o período de seca e calor intenso, a administração do Cetras adotou uma série de medidas inovadoras para garantir o bem-estar dos animais em recuperação no local.
Essas medidas emergenciais incluem a instalação de ar-condicionado para os filhotes, o fornecimento de picolés de frutas, banhos de ‘chuva artificial’, frutas frescas e muita sombra e água para os bichinhos. Tais ações foram implementadas pela Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil) do governo com o objetivo de amenizar os efeitos das altas temperaturas.
Animais passam a receber tratamento especial no Cetras
Entre os beneficiados pelas novas práticas estão o macaco-prego, o sagui-de-tufo-branco, o quati, a iguana e os jabutis. Todos esses animais aprovaram as novidades e têm demonstrado maiores níveis de conforto e bem-estar. No Cetras, não há apenas a preocupação com a saúde física dos animais, mas também com seu conforto térmico, um fator essencial para sua recuperação completa e repatriação ao habitat natural.
Como o Cetras lida com as altas temperaturas?
Para minimizar os impactos do calor severo, uma das soluções encontradas foi fornecer diferentes tipos de refrescos, como picolés de frutas. Os tratadores oferecem aos macaquinhos, por exemplo, pedaços de frutas congelados com água de coco ou suco de fruta. Esses ‘picolés no palito’ são uma forma divertida e refrescante de manter os animais hidratados e frescos.
- Picolés de frutas para manter a hidratação
- Ar-condicionado para os filhotes
- Banhos de ‘chuva artificial’ com pulverizadores
- Frutas frescas e muita sombra
- Ambientes climatizados específicos
Quais animais se beneficiam dessas medidas?
Bichos como macaco-prego, sagui-de-tufo-branco, quati, iguana e jabuti estão entre os principais beneficiados. A medida de instalar ar-condicionado foi crucial para filhotes e animais mais vulneráveis. Além disso, uma arara em reabilitação recebeu uma cobertura de folhas naturais para proporcionar sombra extra em seu viveiro, o que a deixou notavelmente mais confortável.
A troca frequente de água e a entrega de cubos de gelo nas vasilhas são outras adaptações feitas para garantir o bem-estar dos bichos. Esses cuidados específicos ajudam na recuperação dos animais e facilitam sua adaptação quando forem devolvidos ao habitat natural.
Histórias de sucesso no Cetras
Uma iguana que chegou ao Cetras há dois meses, com queimaduras de lâmpadas de aquecimento, agora se refresca diariamente com água pulverizada. Esses banhos de ‘chuva artificial’ têm sido vitais para sua recuperação. Outra vitória é a adaptação da arara, que, graças à cobertura de folhas naturais improvisada, está muito mais confortável e pronta para voltar à natureza.
O Cetras já recebeu um total de 4.040 animais, incluindo 3.228 aves, 259 mamíferos, 550 répteis e 3 anfíbios, a maioria oriunda do tráfico de animais silvestres. Destes, 78,76% já foram reabilitados e destinados para soltura, um verdadeiro alívio para a fauna brasileira.
Importância do tratamento humanizado para animais silvestres
As iniciativas adotadas pelo Cetras não só ajudam os animais a sobreviver às condições extremas, mas também buscam promover um ambiente onde eles possam se recuperar de maneira mais rápida e eficiente. O bem-estar dos animais é uma prioridade, e esse tratamento humanizado reflete a dedicação da equipe para com esses seres, muitas vezes vítimas do tráfico ilegal.
Com medidas simples, mas eficazes, o Cetras do Parque Ecológico do Tietê demonstra que é possível fazer a diferença no cuidado e na recuperação dos animais silvestres, garantindo que eles tenham uma nova chance de viver em seu habitat natural, livres e saudáveis.