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O Ozempic tem ganhado notoriedade global. Originalmente desenvolvido para o tratamento da diabetes tipo 2, ele se destacou pelos seus efeitos de perda de peso rápida. Porém, o custo elevado – cerca de R$ 1,2 mil para uma injeção suficiente para quatro semanas – fomentou um mercado paralelo de versões falsificadas do medicamento, muitas vezes vendidas a um terço do preço nas farmácias.
Essa realidade é alarmante. Quem opta pela opção mais barata corre o risco de adquirir medicações falsificadas que podem não conter o princípio ativo necessário, ou até mesmo substâncias nocivas. “Se não há certeza sobre a procedência, é melhor não comprar. A caneta pode estar cheia de água destilada, de uma substância contaminada ou de outro tipo de remédio”, alerta o médico Alexandre Hohl, vice-presidente do Departamento de Endocrinologia Feminina, Andrologia e Transgeneridade (DEFAT) da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).
Ozempic e os alertas
Em junho de 2023, a Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um alerta sobre a circulação de três lotes falsificados de Ozempic, que estavam sendo vendidos no Brasil, Reino Unido e Estados Unidos. “A OMS aconselha os profissionais de saúde, as autoridades reguladoras e o público a estarem atentos a estes lotes falsificados de medicamentos. Apelamos às partes interessadas para que interrompam qualquer utilização de medicamentos suspeitos e informem as autoridades relevantes”, orientou a médica Yukiko Nakatani, especialista da OMS para o acesso a medicamentos e produtos de saúde.
Riscos de tomar Ozempic falsificado
O uso de medicamentos falsificados pode acarretar em sérios riscos à saúde. Além de não garantir o efeito desejado, pode causar severas reações adversas. Ao usar um medicamento fake, a pessoa pode enfrentar:
- Ausência de resultados positivos;
- Náuseas, diarreia, vômitos, tontura e desmaios;
- Hipoglicemia, que pode levar a convulsões e até à morte.
Esses riscos são ampliados pelo fato de que, em alguns casos, as canetas de insulina são rotuladas como Ozempic. Para uma pessoa sem diabetes, a aplicação de insulina pode resultar em uma perigosa queda de açúcar no sangue, podendo causar sérios danos e até óbito.
Como identificar o Ozempic fake
Para evitar a compra de medicamentos falsificados, alguns cuidados são essenciais:
- Uso com prescrição médica: Se o estabelecimento não exige a receita médica, desconfie imediatamente;
- Local de compra: Compre somente em farmácias ou drogarias autorizadas. Evite lojas de comércio eletrônico não regulamentadas;
- Preço: Valores muito abaixo do mercado são um claro alerta de falsificação;
- Aparência do produto: Familiarize-se com a aparência e embalagens originais do Ozempic e do Mounjaro. Evite produtos com embalagens mal conservadas, instruções em idioma estrangeiro ou com informações incorretas.
Alternativas de apresentação
A Novo Nordisk, fabricante do Ozempic, ressalta que a semaglutida não foi desenvolvida, em nenhum lugar do mundo, para uso em formato injetável em frascos, cápsulas orais, pellets absorvíveis, fitas ou chips. A empresa desconhece a origem dessas formas alternativas e afirma que possui a patente do princípio ativo semaglutida até pelo menos 2026, não autorizando qualquer farmácia de manipulação ou outra fabricante a utilizá-lo.
Seguir essas orientações pode ser a diferença entre um tratamento seguro e eficaz ou colocar a saúde em grave risco. Portanto, sempre opte por fontes confiáveis e siga as recomendações médicas para evitar complicações.