Em uma entrevista à Rádio Difusora Goiana nesta sexta-feira (6/9), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) expressou incertezas sobre a permanência do ministro Silvio Almeida, dos Direitos Humanos, no governo. Silva justifica essa hesitação com sua prioridade contínua de lutar pelos direitos das mulheres no setor público.
Segundo denúncia do colunista Guilherme Amado, do Metrópoles, Almeida é acusado de assediar sexualmente várias mulheres da administração federal, inclusive a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. Essa situação tem gerado grande tensão e descontentamento dentro e fora do governo.
Questões de Mulheres
Lula afirmou que seu governo atribui grande importância às mulheres e que elas devem se tornar uma parte significativa da política nacional.
O presidente disse: “Eu estou em uma briga danada contra a violência contra mulheres. Meu governo tem a prioridade de fazer com que as mulheres se transformem em uma parte importante na política nacional. Então, eu não posso permitir que tenha assédio.”
Qual será o destino de Silvio Almeida?
Lula assegurou a necessidade de uma investigação rigorosa. “Mas acho que não é possível a continuidade [do ministro] no governo, porque o governo não vai fazer jus ao seu discurso com alguém que seja acusado de assédio,” afirmou o presidente. Esta declaração demonstra a seriedade com que o presidente está tratando as acusações contra Almeida.
Para tratar das acusações, Lula também anunciou uma reunião com o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski; o advogado-geral da União, Jorge Messias; e o controlador-geral da União, Vinícius Carvalho. Esta reunião será realizada nesta sexta-feira, 6 de setembro de 2024, para discutir as alegações de assédio contra Silvio Almeida.
Segundo a coluna de Guilherme Amado, do Metrópoles, Almeida foi denunciado à organização Me Too Brasil por supostos episódios de assédio sexual. A organização, que acolhe vítimas de violência sexual, confirmou ter sido procurada por mulheres relatando episódios de assédio sexual cometidos pelo ministro, incluindo a ministra Anielle Franco.
Durante a entrevista, Lula mencionou uma foto publicada pela primeira-dama, Janja da Silva, em suas redes sociais. Na imagem, Janja aparece abraçada e beijando a ministra Anielle Franco, uma das supostas vítimas de assédio.
“O motivo da foto da Janja com a Anielle é a demonstração inequívoca de que as mulheres estão com as mulheres. E é o normal. Nenhuma mulher é favorável a alguém denunciado por assédio,” afirmou Lula, deixando claro o seu apoio às vítimas.