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A Bolívia declarou emergência nacional por conta dos incêndios florestais que assolam o país. O anúncio foi feito pelo Ministério da Defesa boliviano no sábado, dia 7 de setembro de 2024. As queimadas estão concentradas no Pantanal boliviano e ameaçam avançar para o território brasileiro, causando preocupação entre as autoridades dos dois países.
Em pronunciamento à imprensa, o Ministro da Defesa boliviano, Edmundo Novillo, informou que a situação é extremamente grave e que o decreto de emergência permitirá a coordenação de ações rápidas e eficazes. “Isso nos permitirá ter um apoio mais ágil e eficaz de países amigos e da cooperação internacional”, afirmou Novillo.
Situação dos incêndios na Bolívia
Este ano, os incêndios na Bolívia alcançaram números alarmantes, sendo o maior registro desde 2010, com cerca de 3 milhões de hectares queimados até o momento, de acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Equipes de combate aos incêndios estão operando no limite, e há relatos de comunidades indígenas que se voluntariaram para ajudar no combate ao fogo, porém com pouco sucesso, tendo que abandonar suas terras.
Como isso afeta o Brasil
Os incêndios na Bolívia têm reflexos diretos no Brasil, que também enfrenta uma temporada de incêndios devastadores. No domingo, 8 de setembro de 2024, o sistema BDQueimadas do Inpe registrou 3.640 focos de incêndio no Brasil. A Amazônia, em particular, concentra 1.847 desses focos, representando 50,7% do total.
No Mato Grosso, o número de queimadas atingiu 1.893 focos em 24 horas, o maior número registrado entre os estados brasileiros. Pará e Amazonas também apresentaram números significativos, com 593 e 237 focos, respectivamente.
Consequências da crise climática
A crise climática atual, marcada por uma seca histórica, agrava ainda mais a situação. O Brasil encerrou o mês de agosto de 2024 com o pior número de queimadas dos últimos 14 anos. Foram 68.635 ocorrências, o quinto maior número da série histórica iniciada em 1998, representando um aumento de 144% em relação ao mesmo período do ano anterior.
- Seca Histórica: Segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, o Brasil enfrenta a pior estiagem em 44 anos.
- Destruição Florestal: A destruição das florestas ameaça a biodiversidade e as populações locais que dependem desses ecossistemas.
- Crescimento das Emissões: Os incêndios aumentam as emissões de gases de efeito estufa, agravando ainda mais a crise climática.
O que pode ser feito?
Combater os incêndios florestais e mitigar seus efeitos exige uma ação coordenada e multifacetada. Aqui estão algumas estratégias essenciais:
- Cooperação Internacional: Países amigos e organizações internacionais podem fornecer recursos e expertise para ajudar no combate aos incêndios.
- Legislação Rigorosa: Implementar e reforçar leis ambientais para prevenir queimadas deliberadas.
- Educação e Conscientização: Campanhas para educar a população sobre os perigos e as consequências dos incêndios florestais.
- Monitoramento e Alerta: Investir em tecnologia para monitoramento contínuo e alertas rápidos de novos focos de incêndio.
- Projetos de Reflorestamento: Iniciativas de reflorestamento para recuperar áreas devastadas pelo fogo.
A declaração de emergência pela Bolívia reforça a necessidade de uma ação urgente e coordenada para preservar os ecossistemas naturais e proteger as comunidades afetadas. A união de esforços entre países e o compromisso global com a sustentabilidade são fundamentais para enfrentar desafios ambientais dessa magnitude.