Foto: Bruno Peres/Agência Brasil
As tragédias causadas pelas chuvas no Sul do Brasil neste ano trouxeram sérias consequências econômicas. Um estudo organizado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o Banco Mundial e a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) revelou números alarmantes.
De acordo com a avaliação, o custo dos danos causados pelas enchentes no Rio Grande do Sul foi estimado em R$ 87 bilhões. Esta informação foi recentemente divulgada pelo presidente do BID, Ilan Goldfajn, durante um evento no Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri) em Nova York.
Qual o impacto econômico das enchentes?
O prejuízo de R$ 87 bilhões representa quase 2% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Segundo Ilan Goldfajn, “se você quiser avaliar o impacto de um ano, isso representa um impacto de 1,8% do PIB só em 2024”. Esta cifra é um indicativo claro de como desastres naturais podem afetar negativamente a economia de uma região e, em escala maior, de um país inteiro.
A reconstrução das áreas afetadas exige recursos consideráveis. O presidente do BID mencionou um apoio emergencial de até R$ 1,5 bilhão, dos quais 70% já foram desembolsados. Além disso, uma verba adicional de até R$ 4 bilhões pode ser disponibilizada para projetos diversos de reconstrução.
Como os recursos serão utilizados?
A distribuição dos R$ 4 bilhões está planejada de forma a cobrir diferentes necessidades. Segundo Goldfajn, cerca de 80% desta verba já tem destino definido. Dentre as prioridades estão:
- Pequenas e médias empresas: uma parcela significativa dos recursos será destinada a auxiliar esses negócios a se recuperarem e voltarem a operar normalmente.
- Infraestrutura: a reconstrução de estradas, pontes e outras estruturas danificadas pelas enchentes será uma das grandes prioridades.
- Capacitação: investimentos serão feitos na capacitação de profissionais para lidar com situações de emergência e recuperação pós-desastre.
- Auxílio aos governos: tanto o governo estadual como federal receberão auxílio para implementar as medidas necessárias.
A dimensão ambiental da tragédia
O estudo focou principalmente nos impactos econômicos das enchentes e não abordou profundamente as perdas ambientais. No entanto, é inegável que os prejuízos ambientais foram significativos. Esses danos ainda precisam ser avaliados em detalhes para entender a extensão total da tragédia.
Reuniões entre os governos federal e estadual e o consórcio estão previstas para discutir as conclusões do estudo. As medidas que serão tomadas a partir destas avaliações visam não só reabilitar a economia local, mas também prevenir futuras calamidades.
O que pode ser feito para minimizar futuros desastres?
Prevenir futuros desastres começa com o planejamento e a execução de políticas públicas eficazes. Algumas medidas possíveis incluem:
- Investimento em infraestrutura resistente: Fortalecer a infraestrutura para torná-la mais resistente a desastres naturais.
- Sistemas de alerta precoce: Melhorar os sistemas de previsão e alerta para minimizar o impacto das enchentes.
- Educação e capacitação: Investir na educação da população e capacitação de profissionais para lidar com emergências.
A coordenação entre as diferentes esferas do governo e a colaboração com entidades internacionais como o BID são fundamentais para superar os desafios econômicos e ambientais que eventos dessa magnitude trazem.
Enquanto isso, é imprescindível que a sociedade se mantenha informada e ciente dos riscos, para que conjuntamente possamos construir um futuro mais seguro e resiliente.