Entre janeiro e agosto de 2024, o mercado brasileiro registrou a venda de 108 mil veículos eletrificados. Desse total, quase 68 mil foram híbridos. Dentro desse grupo, destaca-se a tecnologia plug-in, correspondendo a 29.955 unidades ou 31,7%. Mas o que exatamente diferencia um híbrido de um híbrido plug-in?
Vinicius Garritano, gerente de produto e preços da Volvo, explica que carros híbridos são aqueles que combinam o uso de motor elétrico e a combustão. No entanto, há diversas tecnologias dentro dessa categoria. Essa variação inclui desde híbridos leves (MHEV) até os plenos (HEV), sem possibilidade de recarga elétrica, e os plug-in (PHEV), que permitem a recarga via fonte externa.
O que diferencia um híbrido de um híbrido plug-in?
Simplificando, os híbridos plug-in têm motores e baterias de maior capacidade, permitindo maior retenção e entrega de energia. Além disso, podem ser recarregados externamente, o que é uma grande vantagem.
Um exemplo claro dessas diferenças pode ser visto no Toyota RAV4. O SUV está disponível em versão híbrida plena (SX) e híbrida plug-in (XSE). As diferenças de preço e desempenho entre as duas versões são notáveis, com o modelo XSE oferecendo maior potência e autonomia elétrica.
Qual é a diferença entre híbridos plug-in e híbridos plenos?
Os veículos híbridos plenos, como o Toyota RAV4 SX, contam com baterias menores e aproveitam energia dos motores a combustão e da frenagem regenerativa. Por sua vez, os híbridos plug-in possuem baterias maiores e, além do motor a combustão, podem usar carregadores externos para recarregá-las.
- Capacidade da bateria: O híbrido plug-in geralmente tem baterias de maior capacidade, como a de 18,1 kWh no RAV4 XSE, em comparação com 1,6 kWh da versão híbrida SX.
- Desempenho: O híbrido plug-in oferece mais potência e aceleração devido ao motor elétrico mais robusto. A versão plug-in do RAV4, por exemplo, vai de 0 a 100 km/h em 6 segundos, enquanto o híbrido pleno faz o mesmo em 8,1 segundos.
- Autonomia Elétrica: O RAV4 plug-in pode rodar até 55 km em modo totalmente elétrico. Já o híbrido pleno é mais limitado.
Híbrido plug-in: vantagens e desvantagens
Os veículos híbridos plug-in oferecem várias vantagens, incluindo maior potência e autonomia elétrica. No entanto, não são isentos de desvantagens. Por exemplo, a tecnologia adiciona peso ao veículo. O RAV4 XSE pesa 1.950 kg, cerca de 220 kg a mais que a versão SX.
Além disso, as baterias maiores dos híbridos plug-in reduzem o espaço do porta-malas. No RAV4 XSE, o compartimento tem volume de 490 litros, enquanto no SX é de 580 litros. Isso também pode ser visto no Mercedes-AMG C 63 S E Performance, que tem apenas 280 litros de capacidade no bagageiro.
Medidas de incentivo à adesão de híbridos plug-in
Para promover maiores práticas ambientais e incentivar a adoção de híbridos plug-in, a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) propôs iniciativas para facilitar a instalação de pontos de recarga em residências. Carlos Roma, diretor técnico da ABVE, comenta: “Carros elétricos mais acessíveis, com preços comparáveis aos de combustão, incentivam a instalação de carregadores residenciais.”
Os benefícios de possuir um veículo híbrido plug-in são notáveis, especialmente em termos de economia de combustível e desempenho. Segundo o Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV) do Inmetro, o RAV4 SX atinge 17,1 km/l na cidade e 14,5 km/l na estrada. Em modo elétrico, o híbrido plug-in XSE pode alcançar até 35 km/l na cidade.
Resumo:
- Em 2024, 68 mil híbridos foram vendidos no Brasil, 31,7% desses eram plug-in.
- Exemplos como o Toyota RAV4 mostram diferenças claras entre híbridos plenos e plug-in.
- A BMW e outras marcas estão focando na tecnologia plug-in devido ao aumento da demanda.
- Medidas de incentivo estão em andamento para facilitar a instalação de carregadores domésticos.
Em conclusão, com a crescente popularidade e as novas políticas de incentivo, é provável que o mercado de híbridos plug-in continue a expandir-se rapidamente no Brasil.