Deputados Alessandro Molon, Jandira Feghali, Glauber Braga e Wadih Damous, da comissão que acompanha apuração do assassinato de Marielle Franco, se reúnem com integrantes da Polícia Civil (Fernando Frazão/Agência Brasil)
No início da tarde desta sexta-feira, policiais do Batalhão de Choque da PM entraram na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e utilizaram bombas de efeito moral. A entrada dos policiais ocorreu às 13h20 pelo portão 7 da universidade. Segundo testemunhas, os estudantes jogaram pedras e pedaços de madeira contra os policiais, que revidaram as agressões.
Por volta das 14h, três estudantes estavam detidos em um ônibus da Polícia Militar. Além deles, o deputado federal Glauber Braga (PSOL), que estava no local para apoiar os alunos da UERJ, também foi detido. Todos foram levados para a Cidade da Polícia. Durante o confronto, alunos colocaram fogo em pneus na Avenida Rei Pelé, uma das principais vias da Zona Norte.
Por que a desocupação virou confronto?
Os alunos da UERJ estão ocupando espaços na universidade desde julho, em protesto contra os cortes de benefícios. Eles não cumpriram a decisão judicial que determinava a desocupação do prédio. Durante a semana, a juíza Luciana Losada já havia decidido pela desocupação, concedendo 24 horas para liberação da reitoria e das salas de aula.
Quem foram os principais envolvidos nos confrontos?
Os alunos descumpriram a primeira decisão judicial e continuaram ocupando os prédios da universidade. Houve confrontos entre seguranças e estudantes, com portas quebradas e um aluno arrastado durante uma tentativa de invasão do campus. Em nota, a PM informou que agiu em auxílio ao Poder Judiciário para cumprir a decisão judicial na UERJ, Campus Maracanã.
Quais foram as consequências da desocupação?
Durante o confronto, um policial ficou ferido e foi levado para o hospital. Não houve registro de estudantes feridos. Até o final da tarde, a situação no local estava mais tranquila, mas muitos estudantes ainda ocupavam o prédio principal da sede da UERJ. A desocupação foi confirmada pela Polícia Militar às 15h10.
O que dizem os envolvidos?
Posição da UERJ
A UERJ, em nota, confirmou a desocupação na tarde desta sexta-feira. A reitora, Gulnar Azevedo e Silva, lamentou que a situação tivesse chegado a esse ponto e afirmou que tentou negociar pacificamente com os estudantes.
Declaração do Deputado Glauber Braga
O deputado federal Glauber Braga, que foi detido durante os confrontos, afirmou que estava no local para proteger os estudantes da violência policial. Ele classificou a detenção como ilegal e criticou o uso de força contra os alunos.
Posicionamento do PSOL
Juan Leal, presidente do PSOL do Rio de Janeiro, também se manifestou, criticando o uso exagerado de força pelas autoridades e reiterando o apoio aos estudantes.
Qual o pano de fundo para os protestos?
A ocupação dos estudantes começou em 26 de julho de 2024, como protesto contra os novos critérios para a concessão da bolsa de apoio à vulnerabilidade social e o Ato Executivo de Decisão Administrativa (AEDA). Os estudantes apelidaram a medida de “AEDA da fome”, afirmando que prejudica cerca de 5 mil universitários.
O que vem a seguir?
A justiça marcou uma audiência para o dia 2 de outubro para discutir o pleito dos estudantes. Até lá, a tensão entre as autoridades e os estudantes permanece alta, com a comunidade universitária aguardando por uma solução pacífica e justa.
Conclusão
A situação na UERJ evidencia a complexidade dos conflitos entre estudantes e autoridades. Neste cenário, o diálogo e a busca por soluções consensuais são essenciais para evitar novos confrontos e garantir que os direitos de todos os envolvidos sejam respeitados.
- Policiais utilizam bombas de efeito moral.
- Três estudantes e um deputado federal são detidos.
- Polícia e estudantes entram em confronto.
- Protestos ocorrem contra cortes de benefícios estudantis.
- Justiça agenda audiência para discutir ações dos estudantes.