Kane Tanaka, pessoa mais velha do mundo até abril de 2022, quando faleceu no Japão.
De acordo com o Grupo de Pesquisa de Gerontologia (GRG), baseado em Los Angeles, EUA, atualmente 54 pessoas supercentenárias são monitoradas ao redor do mundo, sendo uma dessas pessoas o único homem da lista. Segundo Waclaw Jan Kroczek, pesquisador polonês do GRG, as mulheres têm uma tendência a viver mais que os homens por diversos motivos biológicos, comportamentais, sociais e até evolutivos.
Kroczek explica que as mulheres possuem dois cromossomos X, enquanto os homens têm um cromossomo X e outro Y. Essa diferença biológica pode oferecer às mulheres uma vantagem genética, já que se um cromossomo X tem uma mutação prejudicial, o outro pode compensar, reduzindo o risco de doenças genéticas.
Fatores que contribuem para a longevidade feminina
Geneticamente, as mulheres têm uma vantagem devido à dupla presença do cromossomo X. Além disso, o estrogênio, principal hormônio feminino, oferece efeitos cardiovasculares protetores, ajudando a regular os níveis de colesterol e reduzindo o risco de doenças cardíacas. Pesquisa também indica que mulheres têm respostas imunológicas mais fortes, oferecendo melhor resistência a infecções.
Comportamento influencia a longevidade
Os homens são mais propensos a se envolver em comportamentos de risco, como direção imprudente e abuso de substâncias, o que pode levar a acidentes, lesões e mortes precoces. Por outro lado, as mulheres tendem a cuidar melhor da saúde, visitando médicos regularmente e procurando cuidados preventivos. Tais comportamentos podem resultar em uma expectativa de vida mais longa para as mulheres.
Estilo de vida e fatores sociais
Historicamente, os homens têm maiores taxas de tabagismo e consumo excessivo de álcool, contribuindo para uma vida mais curta. Por outro lado, mulheres geralmente têm redes de apoio mais fortes e procuram ajuda em momentos de estresse. Essas conexões sociais são cruciais, pois ajudam a mitigar problemas relacionados ao estresse, o que impacta diretamente na longevidade.
Doenças crônicas
Os homens tendem a desenvolver doenças cardíacas mais cedo que as mulheres. Além disso, eles podem experimentar níveis mais altos de estresse crônico, resultando em pressão arterial elevada e inflamações, aumentando o risco de doenças crônicas.
As supercentenárias
Embora seja tentador procurar uma receita mágica para a longevidade, estudiosos afirmam que seguir os conselhos dados por supercentenárias pode nem sempre ser eficaz. Entre essas pessoas, existem fumantes, sedentários, e até amantes de açúcar e chocolate. A resposta parece estar na genética e numa dose de sorte. Entretanto, um estilo de vida saudável ainda é recomendado para quem almeja uma vida longa e de qualidade.
No topo das listas de supercentenários do GRG e do LongeviQuest, encontradas em seus respectivos sites, estão mulheres como a japonesa Tomiko Itooka, com 116 anos; a brasileira Inah Canabarro Lucas, também com 116 anos; e a americana Elizabeth Francis, com 115 anos. Interessantemente, todas elas atribuem sua longevidade a diversos fatores, desde fé e genética, até uma vida com poucos confrontos e estresse.
Especialistas
Profissionais da saúde são unânimes em alguns conselhos para uma vida longeva: pratique exercícios, beba bastante água, coma alimentos nutritivos e evite açúcares, gorduras, drogas, cigarros e bebidas alcoólicas. Além disso, levar uma vida menos estressante pode fazer toda a diferença.
As razões pelas quais as mulheres tendem a viver mais que os homens são variadas e complexas, envolvendo desde diferenças genéticas a fatores comportamentais e sociais. Enquanto não existe uma fórmula mágica, promover hábitos saudáveis parece ser um bom ponto de partida para aqueles que desejam aumentar sua expectativa de vida.