A recente disputa política entre integrantes da campanha de Ricardo Nunes (MDB) e o deputado federal Nikolas Ferreira tem gerado polêmica e fricções dentro da coligação que apoia o atual prefeito de São Paulo. A causa principal desse conflito é o suposto boicote que Nikolas vem pregando contra o PSD e seus aliados, partido comandado por Gilberto Kassab, que integra a coligação de Nunes.
Segundo informações do Metrópoles, interlocutores próximos a Nunes, alguns filiados ao próprio PL, argumentam que os pedidos de Nikolas para que a direita não vote em candidatos do PSD não são seguidos à risca pelo próprio parlamentar. Um exemplo disso é o apoio do deputado ao pessedista Tiago Amaral em Londrina (PR), o que levanta questionamentos sobre a coerência de suas declarações.
O Papel de Nikolas Ferreira na Campanha
Em um vídeo que irritou a equipe de Nunes, Nikolas Ferreira afirmou que “haveria exceções” ao boicote ao PSD, citando o caso do candidato a prefeito de Londrina, identificado com o campo conservador. Segundo ele, assim como há exceções no PSD, também há no PL, pois alguns parlamentares do partido costumam apoiar o governo Lula.
Nikolas continuou dizendo que faria campanha contra Ricardo Nunes se Gilberto Kassab não ordenasse que seus senadores apoiassem o impeachment do ministro do STF Alexandre de Moraes. Vale ressaltar que o PSD tem a maior bancada no Senado e é a sigla do presidente da Casa, Rodrigo Pacheco.
Como a Base Bolsonarista Influencia a Política em São Paulo?
Além de Nikolas Ferreira, o deputado Gustavo Gayer (PL-GO) também começou a ameaçar publicamente Ricardo Nunes, pressionando Kassab pelo impeachment de Moraes. Tanto Nikolas quanto Gayer, apesar de não serem de São Paulo, possuem influência significativa sobre a base bolsonarista na capital paulista.
Curiosamente, o PSD de Kassab mantém secretários na gestão de Ricardo Nunes, do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) e ocupa três ministérios no governo Lula. Essa relação é considerada um trunfo importante para a campanha de Nunes, tornando a tentativa de impor uma ruptura uma jogada arriscada por parte do PL.
Nos últimos dias, Nikolas destacou que, dos 10 senadores que não se posicionaram sobre o pedido de impeachment de Moraes, cinco são do PSD. Além disso, ele lembrou que a presidente da CPMI do 8 de Janeiro, Eliziane Gama (MA), crítica de Bolsonaro, também pertence ao partido de Kassab. Essas declarações aumentaram ainda mais a tensão política.