Foto: Ricardo Stuckert / PR
A crise política na Venezuela continua a gerar uma série de reações internacionais. Um grupo de 50 países e a União Europeia assinou uma declaração conjunta cobrando uma solução para o impasse no país liderado por Nicolás Maduro. O documento foi assinado à margem da Assembleia Geral das Nações Unidas, e o Brasil não está entre os signatários.
Nas eleições de julho, polêmicas ações lideradas por Maduro resultaram em acusações de fraude. A declaração conjunta expressa séria preocupação com a repressão e abusos de direitos humanos na Venezuela, incluindo prisões arbitrárias e intimidação contra a oposição.
Situação atual na Venezuela
A Venezuela está imersa em uma crise política e humanitária profunda. Os signatários da declaração conjunta mencionaram repetidamente a repressão generalizada e contínua no país. Desde o final de julho, mais de 2,4 mil manifestantes foram presos, e pelo menos 25 pessoas morreram em protestos contra a reeleição de Maduro.
Edmundo González, adversário de Maduro nas urnas, está atualmente em exílio na Espanha. González enfrentou três mandados de prisão por supostos crimes pós-eleitorais, incluindo “incitação à desobediência” e “conspiração”.
Declaração conjunta cobra Governo Venezuelano
Os 50 países e a União Europeia que assinaram a declaração conjunta exigem uma série de ações do governo venezuelano:
- Libertação imediata das pessoas detidas arbitrariamente sem julgamento justo.
- Fim do uso excessivo da força e violência política contra a oposição e sociedade civil.
- Retorno do Gabinete do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos ao país.
- Criação das condições necessárias para que o gabinete da ONU cumpra plenamente seu mandato.
Países que assinaram a declaração
A lista de países que assinaram a declaração conjunta inclui muitas nações europeias e latino-americanas, além de outras em diversas partes do mundo. Entre os signatários estão:
- Albânia
- Argentina
- Austrália
- Áustria
- Bélgica
- Bósnia e Herzegovina
- Bulgária
- Canadá
- Chile
- Costa Rica
Outras autoridades globais
Em paralelo à Assembleia Geral das Nações Unidas, o grupo G7, que reúne as sete maiores economias do mundo, também publicou um comunicado sobre a situação na Venezuela. Enquanto isso, diversas autoridades internacionais têm se manifestado contra o regime de Maduro e em apoio à oposição.
No entanto, o governo brasileiro, sob a administração de Luiz Inácio Lula da Silva, tem uma postura diferente. Desde que tomou posse em 2023, Lula retomou as relações diplomáticas com a Venezuela. Em um exemplo marcante, Lula não mencionou a crise venezuelana em seu discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas.
Próximos passos
A expectativa é que a pressão internacional continue a aumentar, na esperança de que medidas concretas sejam tomadas pelo governo de Nicolás Maduro. A comunidade internacional espera a criação de condições para eleições justas e o fim da repressão aos opositores e ativistas.
A situação na Venezuela é complexa e envolve muitos outros fatores além da política interna. A influência regional e global sobre o país será crucial para determinar os próximos passos e possíveis soluções para a crise.