Em uma manhã de julho de 2023, o ATR 72-500 da Voepass enfrentou uma situação crítica que culminou em uma tragédia. O voo 2283 não conseguiu se recuperar do estol, apesar dos sistemas de alerta e recuperação instalados na aeronave. Este incidente levantou uma série de questões sobre a segurança e manutenção dos equipamentos de aviação, particularmente o sistema de degelo.
O acidente em Vinhedo chamou atenção para o estado de manutenção das aeronaves operadas pela Voepass. Em uma foto reveladora obtida pela produção do Fantástico, foi possível ver a inscrição “inoperante” no sistema de degelo do ATR 72-500. Esta área específica é crucial para a segurança do avião em condições de formação de gelo.
Foto de julho de 2023, do mesmo avião da Voepass que caiu mostra a inscrição “inoperante” no sistema de degelo. — Foto: reprodução Fantástico
O que aconteceu com o ATR 72-500 da Voepass?
As luzes de alerta se acenderam, os alarmes soaram e o manche começou a tremer, mas o ATR 72-500 da Voepass, fazendo o voo 2283, não seguiu voando conforme esperado. Desta vez, o sistema que deveria ajudar a aeronave a sair do estol não foi suficiente. O recurso que permite que o manche se mova para frente sozinho não funcionou como deveria.
Além disso, investigações preliminares apontam uma série de falhas no sistema de degelo, fundamentais para operar com segurança em condições de gelo. Estas falhas estavam documentadas desde julho de 2023, quando um piloto notou a inscrição “inoperante” no sistema de degelo daquele mesmo avião.
Fotos revelam falhas críticas no sistema de degelo
Em foto de outro avião da Voepass, também aparece com a inscrição “sistema de degelo inoperante”. — Foto: reprodução Fantástico
Em um esforço para entender o que deu errado, diversas fotos foram examinadas pelos investigadores. Em uma delas, datada de julho de 2023, vê-se claramente a inscrição “inoperante” no sistema de degelo.
- Foto de julho de 2023 mostra a inscrição “inoperante” no sistema de degelo do avião.
- Outra foto de um avião da Voepass também exibe a inscrição “sistema de degelo inoperante”.
- Uma imagem sem data revela a ausência do indicador do nível de combustível em funcionamento.
A última imagem foi registrada em 1° de agosto de 2023, quando o botão seletor do monitor de desempenho da aeronave caiu durante um voo. Esta peça crucial também falhou menos de 10 dias antes do acidente.
Como a Voepass respondeu às falhas?
Em nota, a Voepass declarou que todas as falhas do sistema de degelo da aeronave PS-VPB detectadas em julho de 2023 foram corrigidas. A empresa também assegurou que, durante a operação do voo 2283, todos os sistemas estavam funcionando corretamente.
- Voepass afirmou que fez as correções necessárias nas falhas detectadas em julho de 2023.
- Garantiu que todos os sistemas estavam em funcionamento durante o voo 2283.
- Reforçou que as causas do acidente só podem ser determinadas por investigações oficiais.
A investigação conduzida pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes (CENIPA) da Força Aérea Brasileira está em andamento. A instituição espera divulgar dados importantes já na primeira quinzena de setembro de 2024, visando esclarecer as causas do acidente.
O que esperar do relatório do CENIPA?
Embora o relatório final possa levar anos, espera-se que a divulgação preliminar de dados forneça luz sobre o que levou o ATR 72-500 a entrar em parafuso e cair. Dados como o funcionamento do sistema de degelo, a resposta dos sistemas de alerta e a manutenção geral da aeronave serão cruciais para essas conclusões.
O voo 2283 da Voepass e sua queda trágica são um lembrete doloroso da importância da manutenção rigorosa e da prontidão dos sistemas de segurança em aviões comerciais. A comunidade de aviação e os passageiros aguardam as revelações do CENIPA para entender melhor os acontecimentos e prevenir futuras tragédias.
Até lá, as fotografias e os indícios levantados servem como um alerta da necessidade contínua de vigilância e melhoria nos padrões de segurança aérea.