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Uma pesquisa realizada pela farmacêutica Apsen em parceria com as seccionais de São Paulo e do Rio de Janeiro da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) revelou um dado preocupante: seis em cada dez homens brasileiros acima dos 50 anos nunca realizaram qualquer exame para detectar hiperplasia benigna da próstata (HPB). A pesquisa foi conduzida pela Ipsos entre os dias 22 e 28 de julho de 2024.
Com o avançar da idade, é natural que a próstata cresça — um processo conhecido como hiperplasia — sem representar um problema sério. No entanto, essa condição afeta mais da metade dos homens com mais de 50 anos, segundo o Ministério da Saúde. Aos 90 anos, a taxa chega a 80%. Estima-se que metade dos homens acima de 50 anos apresentarão sintomas que exigem acompanhamento médico.
Hiperplasia Prostática Benigna: O Que é e Como Acomete os Homens?
A próstata é uma glândula exclusivamente masculina que se localiza na frente do reto, abaixo da bexiga, “abraçando” parte da uretra. Sua função principal é produzir o líquido que compõe o sêmen. Em jovens, a próstata pesa cerca de 20 gramas e é do tamanho de uma ameixa, mas com a idade, ela cresce e pode causar problemas ao bloquear a uretra, levando a sintomas urinários.
Quais São os Sintomas da Hiperplasia Prostática Benigna?
Os sintomas da hiperplasia prostática benigna podem variar, mas geralmente incluem:
- Dificuldade para urinar
- Jato fraco
- Necessidade de esforço para iniciar a micção
- Sensação de que a bexiga não foi totalmente esvaziada
- Gotejamento após urinar
- Frequência aumentada de urinar à noite
De acordo com um manual da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), disponível na biblioteca virtual da Universidade Aberta do SUS, o risco de um homem precisar tratar o aumento prostático é de 30%, sendo que 10% podem necessitar de um tratamento cirúrgico.
Sintomas da Hiperplasia Prostática Benigna Devem Ser Investigados?
Sim, é fundamental que qualquer alteração no padrão de micção seja investigada. O médico Mauro Muniz, presidente da SBU-RJ, alerta que muitas vezes os homens idosos se acostumam com essas mudanças e não buscam avaliação médica, o que pode impactar negativamente a qualidade de vida e a expectativa de vida.
Muniz destaca que é importante que homens, desde a adolescência, consultem-se periodicamente com um urologista, pelo menos uma vez ao ano, para avaliações individualizadas e discussões sobre a necessidade de exames.
Hiperplasia Prostática Benigna e Câncer de Próstata: Existe Relação?
Mais de 60% dos homens entrevistados na pesquisa acreditavam que a hiperplasia prostática benigna poderia aumentar o risco de câncer de próstata, mas isso não é verdade. Embora os sintomas possam ser similares e causar confusão, as duas condições afetam diferentes partes da próstata e não estão relacionadas entre si.
O câncer de próstata é altamente prevalente e é o segundo tipo de câncer mais incidente na população masculina. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), a média anual de novos casos é de 71,7 mil. Portanto, é crucial direcionar a atenção também ao rastreamento desse tipo de câncer.
Como é Feito o Diagnóstico da Hiperplasia Prostática Benigna?
O diagnóstico de hiperplasia prostática benigna é geralmente realizado por um urologista, que pode utilizar o exame de toque retal e/ou ultrassom. Se houver suspeita de câncer, uma biópsia pode ser solicitada, especialmente em casos de consistência alterada na próstata ou resultados elevados de PSA (Antígeno Prostático Específico).
Conclusão: A Importância do Acompanhamento Médico
É evidente que a hiperplasia prostática benigna é uma condição comum e, embora não seja cancerígena, pode impactar significativamente a qualidade de vida dos homens. A conscientização sobre a importância do acompanhamento médico e a realização de exames regulares são essenciais para detectar e tratar essa condição a tempo, evitando complicações sérias na bexiga e nos rins.
Maurício Muniz, enfim, reforça que os homens devem adotar uma postura proativa em relação à saúde urológica, consultando um especialista periodicamente. Isso pode fazer toda a diferença na qualidade de vida e na longevidade.